Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Corajosas jornalistas premiadas em NY

Não há imprensa verdadeiramente livre enquanto não houver igualdade entre homens e mulheres. É isto que defende a Fundação Internacional de Mulheres na Mídia, que celebrou a 15ª edição da Premiação pela Coragem no Jornalismo na terça-feira (25/10), em um almoço com a presença de 500 pessoas em Nova York. Três profissionais de regiões e histórias de coragem diferentes receberam os prêmios.


A fotógrafa alemã Anja Niedringhaus, da Associated Press, foi uma das premiadas deste ano. Anja, de 40 anos, esteve em grande parte dos conflitos na última década, desde os Balcãs, nos anos 90, até o Iraque. Ela já sofreu ataques à bomba e foi a única mulher em uma equipe de 11 fotógrafos da AP premiados com o Prêmio Pulitzer deste ano.


Em seu discurso na terça-feira, Anja contou que queria conhecer o mundo desde que seu avô lhe deu um globo terrestre, quando ela tinha apenas sete anos de idade. ‘As verdadeiras dificuldades e a verdadeira coragem pertencem àqueles que são obrigados a estar nos conflitos’, disse. ‘Eu simplesmente faço meu trabalho reportando a coragem destas pessoas com minha câmera e meu coração’.


Sumi Khan, de 35 anos, é a única repórter policial mulher da cidade de Dhaka, em Bangladesh. No ano passado, após receber telefonemas com ameaças por causa de um artigo que escreveu sobre a ligação entre políticos e organizações religiosas no ataque a minorias, ela própria foi atacada por três homens que tentaram seqüestrá-la. Espancada e esfaqueada, Sumi teve que passar três meses em recuperação, mas hoje está de volta ao trabalho, apesar de ainda receber ameaças.


Jornalista há 24 anos, a iraniana Shahla Sherkat, de 49, fundou em 1991, no Teerã, a revista Zanan (Mulheres). Sua motivação para o arriscado empreendimento era acreditar que o jornalismo tradicional do país ignorava questões sobre os direitos das mulheres. A redação da revista foi atacada por grupos fundamentalistas por mais de uma vez na década de 90, e em 2001 o Tribunal Revolucionário do Teerã condenou Shahla por atividades anti-islâmicas depois que ela participou de uma conferência em Berlim sobre reformas no Irã. A sentença de quatro meses de prisão foi retirada depois que ela pagou uma fiança de dois meses de seu salário. Informações de Edith M. Lederer [AP, 25/10/05].