Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Deputado lança filme anti-Islã na internet

O deputado holandês de extrema direita Geert Wilders lançou pela internet, na quinta-feira (27/3), seu polêmico filme anti-Islã, intitulado Fitna (Provação). O curta de 15 minutos acusa o Corão, livro sagrado dos muçulmanos, de ‘fascista’. Imagens de ataques terroristas e ameaças a judeus feitas por extremistas islâmicos são misturadas a versos do Corão; são mostradas também decapitações, cenas de violência contra mulheres e as conseqüências dos atentados terroristas em Nova York e Madri. Geert alega que estas ações são inspiradas pelo livro sagrado.


O político, líder de um partido anti-Islã, afirma que a intenção do filme é alertar o Ocidente sobre uma religião, segundo ele, perigosa e intolerante e evitar o que chama de ‘islamização’ da Holanda e de outras sociedades ocidentais. ‘A longo prazo, o Islã e o Corão são uma ameaça à preservação da liberdade na Holanda, e nós temos que alertar as pessoas sobre isso’, afirmou a jornalistas após o lançamento do curta.


Receio


Há alguns meses, o governo começou a preparar suas embaixadas e cidadãos no exterior para o caso de repercussões negativas ao filme. Em uma tentativa de evitar que se repita o episódio da publicação dos cartuns do profeta Maomé na Dinamarca, que levou a protestos violentos em diversos países, as autoridades holandesas fizeram uma ampla campanha para distanciar sua imagem do conteúdo de Fitna e das afirmações de Wilders, ao mesmo tempo em que lembrava que o deputado vive em um país onde a liberdade de expressão é respeitada.


O primeiro-ministro Jan Peter Balkenende repudiou publicamente o filme de Wilders. ‘Este filme equipara o Islã à violência: nós refutamos esta interpretação. Acreditamos que ele não serve a outro propósito a não ser ofender’, declarou o premiê em uma coletiva de imprensa após a divulgação do curta. Balkenende também fez um apelo por calma, na Holanda e no exterior. ‘Sentir-se ofendido não deve nunca ser algo usado como desculpa para agressões e ameaças’, completou. Informações de Gregory Crouch [The New York Times, 28/3/08].