Saturday, 27 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Dicas para ter uma carta publicada

O Washington Post recebe em média 300 cartas ao editor diariamente, o que equivale a 109 mil ao ano. Apenas 4% destas mensagens são publicadas; ou seja, 75 por semana. Segundo o ombudsman Andrew Alexander, em sua coluna de domingo [21/2/10], em um momento em que há várias maneiras de interagir com o Post online (por meio de comentários, grupos de discussão, chats e pesquisas), o jornal está recebendo – e publicando – mais cartas ao editor. ‘Em uma era com milhões de comentários disponíveis, é mais que um benefício ter uma página inteligente e bem editada da visão dos leitores’, diz Fred Hiatt, editor das páginas editoriais do Post.

A possibilidade de ter uma carta selecionada para publicação pode parecer remota. Mas o editor de cartas, Michael Larabee, insiste que ‘não é um tiro no escuro’ seguir algumas dicas. É importante ser breve. As regras do diário alertam que cartas não devem exceder 200 palavras. ‘Mas 150 é ainda melhor. Se conseguir escrever em 100, maravilhoso’, recomenda Larabee. O timing também é uma característica crítica. Hiatt afirma que, anos atrás, quando a maior parte das cartas era envida por correio, não era incomum publicar uma sobre o que aconteceu há 10 ou 15 dias. Hoje, com a maior parte sendo de e-mails, os comentários são publicados em poucos dias. ‘Há uma vantagem em ser rápido. Com o grande volume de cartas em alguns temas, em geral as mais bem escritas enviadas primeiro são selecionadas’, diz. Vale lembrar que as cartas podem ser afiadas, mas não devem passar do limite de respeito e civilidade.

Um conselho de Larabee para os que querem ver sua carta publicada: envie o e-mail na sexta-feira à tarde. Poucos chegam neste período, quando ele está, em geral, procurando por algumas para as páginas editoriais de segunda e terça-feira. Os leitores locais e cidadãos comuns também têm mais chances que os moradores de fora de Washington e personalidades famosas.

Larabee lê todas as cartas. As selecionadas por ele passam pelo crivo de um membro da equipe, que entra em contato com os leitores que mandaram as mensagens para checar sua identidade. Todas as cartas são editadas. Se uma delas for crítica a um repórter ou colunista do Post, o profissional recebe uma cópia antes da publicação e é questionado sobre a precisão do comentário. ‘Ouvimos o que eles têm a dizer, mas eles não possuem poder de veto’, explica Larabee. No ano passado, as páginas editoriais foram redesenhadas para acomodar mais cartas. A parte inferior esquerda agora dá destaque a opiniões provocadoras, em geral sobre assuntos locais.