Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Diretora de jornal presa por refutar genocídio de 1994

Agnes Uwimana, diretora de um jornal privado em Ruanda, foi presa na semana passada sob acusação de incitar a desobediência civil e negar o genocídio da etnia Tutsi, ocorrido em 1994. A jornalista já passou um ano na prisão por difamação e estímulo de divisões étnicas. O porta-voz da polícia local, Eric Kayiranga, afirmou que Agnes foi detida por espalhar rumores que causaram desordem pública e separatismo.

Nas últimas semanas, o órgão governamental que regula o setor de mídia chegou a alertar a diretora por conta de seus artigos. Ela voltou a escrever depois de cumprir a sentença de prisão no começo de 2008. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) pediu que Agnes fosse solta imediatamente. ‘Mais uma vez, autoridades de Ruanda usam a segurança nacional e o legado do genocídio de 1994 para silenciar uma das poucas vozes dissidentes na cada vez menor imprensa independente do país’, disse o coordenador do CPJ na África, Mohamed Keita. ‘Pedimos às autoridades para soltar Agnes Uwimana imediatamente; ela não deve ir à prisão por expressar seus pontos de vista um mês antes das eleições presidenciais’.

Investigação

Também na semana passada, a promotoria pública informou ter concluído a investigação sobre o caso de dois suspeitos de estarem por trás do recente assassinato de um jornalista. Jean-Leonard Rugambage, que havia acusado o governo ruandense de ser responsável pela tentativa de assassinato de Faustin Nyamwasa, general dissidente na África do Sul, foi morto a tiros perto de sua casa, em Kigali, no dia 25/6. O governo negou qualquer envolvimento no episódio. Informações da AFP [9/7/10].