O tabloide britânico Daily Mail passou a ser o jornal com maior alcance online no mundo, ultrapassando o New York Times, segundo dados da empresa de monitoramento comScore. Os dados mostram que o Mail Online atingiu 45,3 milhões de visitantes únicos em dezembro do ano passado, enquanto a versão online do NYTimes alcançou 44,8 milhões. Atrás deles estão o americano USA Today e o britânico The Guardian.
Segundo o editor e publisher do Daily Mail, Martin Clarke, o crescimento foi impulsionado, curiosamente, pelo tráfego americano. “Temos as notícias que as pessoas querem ler”, resumiu. O Mail Online não se parece em nada com o site do NYTimes. A imensa quantidade de matérias resulta em uma página de grande extensão vertical e há excesso de texto e fotos. Além disso, o site mistura conteúdo próprio com republicações de fofocas e notícias de última hora, citando as fontes, mas raramente oferecendo link para elas.
Números questionados
Eileen Murphy, porta-voz doNYTimes, questionou os números da comScore, alegando que o jornal só foi ultrapassado porque o Daily Mail inseriu dados de um site de finanças pessoais a seu total. “Permanecemos como o jornal individual número um no mundo”, afirmou ela, acrescentando que o NYTimes poderia ter incluído o Boston Globe em seus números para ultrapassar o Mail. Além disso, Eileen disse que apenas olhando a homepage de cada jornal já é possível concluir que o Mail Online não está no quadro de publicações rivais do NYTimes.
Na realidade, não existe um padrão para a definição de tráfego online, e o tal site de finanças pessoais parece mais integrado ao Mail do que o Globe é para o NYTimes. Ainda assim, os números mostram um bom momento para o Mail Online. “Os números da comScore revelam que somos agora um dos principais em termos de notícias online, assim como o NYTimes, e tenho certeza que permaneceremos assim por um bom tempo”, disse Clarke. “Nossa trajetória é mais rápida do que a do NYTimes. Com o sistema de acesso pago deles, houve uma diminuição no ritmo”.
Trajetórias distintas
O Mail chegou ao mercado online relativamente tarde, lançando o site na sua forma atual há apenas três anos, e chegou devagar à conclusão de que o tráfego internacional poderia gerar receita. Em julho de 2010, o jornal colocou uma equipe de repórteres e editores em Los Angeles e, em fevereiro de 2011, contratou mais profissionais para o escritório em Nova York. Agora, são nove jornalistas em Los Angeles e 20 em Nova York – incluindo a subeditora Katherine Thomson, ex-Huffington Post. O segredo, segundo Clarke, continua sendo o lado emocional das matérias: “Uma boa história é uma boa história – especialmente se tiver um componente humano”. Informações do Buzz Feed [25/1/12].