Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Relator da ONU chama atenção para impunidade

Christof Heyns, relator especial da ONU para execuções extrajudiciais, afirmou, em relatório para o Conselho de Direitos Humanos da organização, que é alarmante o número de jornalistas mortos anualmente – e dificilmente, ressaltou, os responsáveis por estes assassinatos são levados à justiça. Sessenta e cinco jornalistas foram mortos nos primeiros cinco meses de 2012 em todo o mundo, um aumento de 50% com relação ao período anterior. Apenas a Síria teve 15 mortes; o México, sete; e a Somália contabilizou seis casos.

No relatório, Heynes se refere aos jornalistas como personagens importantes que “representam um papel crucial em garantir que a sociedade tome decisões informadas”, e pede por uma nova declaração de proteção específica a estes profissionais. Para ele, este documento teria que “enfatizar as obrigações reconhecidas dos Estados com relação à proteção ao direito à vida e proteção dos jornalistas”.

Situação de violência

“O que estamos pedindo no relatório é que países que não estão em situação de conflito armado, mas estão em situação de extrema violência porque combatem o crime organizado que ameaça o jornalismo de diferentes maneiras, tenham um mecanismo de proteção”, ressaltou Frank La Rue, relator especial para liberdade de expressão durante a reunião no Conselho de Direitos Humanos na semana passada.

La Rue afirmou que passos importantes que ajudaram a salvar vidas já foram tomados em alguns países, como a Colômbia, mas enfatizou que a principal ameaça aos jornalistas ainda é a impunidade dos criminosos. “A impunidade é um problema em todo o mundo, mas com relação aos jornalistas há um foco mais notável por causa da falta de interesse dos governos e dos sistemas de justiça em investigar violência”.

Parte desta falta de interesse pode ser explicada pela própria raiz do trabalho jornalístico: profissionais de imprensa se colocam em situações de perigo justamente ao investigar governos, grandes empresas, o crime organizado e esquemas de lavagem de dinheiro. Informações da AFP [21/6/12].