Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Editor sudanês recebe o Golden Pen

O co-fundador e editor-chefe do mais antigo jornal independente do Sudão, Mahjoub Mohamed Salah, ganhou o Golden Pen of Freedom de 2005, prêmio anual de liberdade de imprensa dado pela Associação Mundial de Jornais (WAN). A WAN [23/11/04] informou que a entrega da premiação está marcada para 30/11 em Seul, na Coréia, durante o congresso da Associação e o Fórum Mundial de Editores.

A WAN, organização da indústria global de jornais, defende e promove a liberdade de imprensa em todo o mundo. A Associação representa 18 mil jornais, e entre seus integrantes estão incluídos 72 associações nacionais de jornais, executivos de publicações de 102 países, 13 agências e 10 grupos de imprensa regionais e internacionais.

Quem é Mahjoub Mohamed Salah?

A WAN reconhece a contribuição de Salah para a liberdade de imprensa. Ele começou a carreira em 1949 no jornal Sudan Star e, em 1958, ajudou a fundar o jornal Al-Ayam. Este foi fechado duas vezes pelo governo militar nos anos 1960, nacionalizado em 1970 e não retornou aos seus donos até 1986. O jornal foi fechado novamente pelo governo em 1989 por 10 anos. Desde sua reabertura, em 2000, o jornal e seus funcionários têm sido sujeitados a prisões, multas e confiscos. O fechamento mais recente, em dezembro de 2003, durou três meses. Salah foi preso várias vezes por suas atividades jornalísticas.

Sua contribuição para a liberdade de imprensa não pára por aí. Ele é membro fundador da Federação de Jornalistas Árabes e da União dos Jornalistas Africanos. Além disso, serviu como secretário geral da União de Jornalistas do Sudão, fundou o Primeiro Fórum do Sudão, em 2003, e o Comitê para Reconciliação Nacional, no mesmo ano.

País em conflito

Apesar de um pequeno período de paz, o Sudão está envolvido em uma guerra civil entre o norte de maioria mulçumana e o sul cristão desde sua independência em 1956. Uma tentativa de acordo de paz foi alcançada em 2004, mas a violência e as lutas continuam em muitas partes do país. Autoridades do Sudão censuram notícias virtuais e negam o acesso de observadores internacionais. Agentes de segurança freqüentemente confiscam jornais com artigos sobre questões sensíveis ou fazem julgamentos críticos ao governo.