Dois jornalistas do semanário independente egípcio al-Dustour foram
condenados a um ano de prisão e a pagar multa de US$ 1.735 por terem publicado
uma matéria que supostamente caluniava o presidente Hosni Mubarak. A corte
criminal de Giza acusou o editor-chefe, Ibrahim Issa, e a repórter Sahar Zaki de
‘insultar e prejudicar o presidente da República e o povo do Egito’. Em abril, o
al-Dustour publicou artigo sobre uma queixa feita por um cidadão egípcio,
Said Mohammed Abdallah, que acusava Mubarak de uso indevido de US$ 86 milhões
durante a privatização de diversas empresas públicas. Abdallah recebeu a mesma
pena que os jornalistas. ‘É a primeira vez no Egito que um jornalista é
condenado por insultar o presidente. É irônico que isto ocorra no momento em que
o governo esteja debatendo a questão da reforma política’, afirmou Issa. O
editor-chefe e a repórter irão apelar da decisão. Informações da AFP
[26/6/06].
Apresentador preso por sedição na Nigéria
O governo da Nigéria ordenou, na semana passada, a prisão de Gbenga Arulegba,
apresentador do programa de televisão sobre política Focus Nigeria,
acusado de crime contra a segurança do Estado, noticia a Reuters [27/6/06].
Arulegba, que trabalha para o canal Televisão Independente Africana, foi preso
pela polícia secreta da Nigéria pela segunda vez no período de duas semanas. O
Comitê para a Proteção dos Jornalistas informou que a prisão ocorreu devido a
uma crítica feita ao avião oficial do presidente Olusegun Obasanjo no programa
do dia 13/6. No dia seguinte, o apresentador foi detido e liberado pouco tempo
depois. Quando ele compareceu a um encontro agendado com funcionários da polícia
secreta no dia 26/6, foi novamente preso. Diversos jornais publicaram artigos
especulando quanto teria custado o avião presidencial e se sua compra era mesmo
necessária. Embora a Nigéria tenha maior liberdade de imprensa que outros países
africanos, a polícia secreta prendeu recentemente um grande número de
jornalistas sem apresentar motivos para tal.