Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Em filmes, vale a pena ser repórter de jornal impresso

Em Scoop, um dos filmes mais recentes de Woody Allen (ainda a ser lançado no Brasil), Scarlett Johansson interpreta uma repórter que consegue, através de um médium, uma dica de um jornalista morto que volta do além para ter certeza de que um grande furo seja publicado para capturar um serial killer. No longa, a personagem de Scarlett é curiosa, criativa e corajosa – perfil típico de jornalistas de mídia impressa retratado em filmes, como opina Paul Farhi [Washington Post, 30/7/06]. Com raras exceções, os jornalistas que trabalham em jornais geralmente são vistos como heróis em filmes ou seriados, bem mais que os jornalistas de televisão. Os repórteres Woodward e Bernstein, interpretados por Robert Redford e Dustin Hoffman, em Todos os Homens do Presidente (1976), e Denzel Washington, em O Dossiê Pelicano (1993) confirmam isto. Exemplos não faltam: Os Gritos do Silêncio (1984), O Ano que Vivemos em Perigo (1982), Deadline USA (1952), e O Jornal (1994) retratam repórteres arriscando suas vidas para conseguir informações, editores que não cedem à corrupção e jornalistas íntegros. Até mesmo o alter-ego do Super-Homem é um repórter de mídia impressa. Já os repórteres que trabalham em televisão não são tão bem vistos na telona – como em Nos Bastidores da Notícia (1987), Feitiço do Tempo (1993), O Âncora: a lenda de Ron Burgundy (2004) e Rede de Intrigas (1976). ‘Como regra geral, quando um jornalista tem como tarefa realizar algo importante ou sério – resolver um assassinato, expor corrupção, dentre outros – podemos contar com um repórter do impresso como protagonista, e não um de TV’, observou Joe Saltzman, professor da Escola de Comunicação Annenberg, da Universidade da Califórnia do Sul. Há, é claro, exceções para esta regra, como Cidadão Kane (1941), embora Charles Foster Kane seja um publisher e não um repórter, e Boa Noite, Boa Sorte (2005), que mostra a trajetória de sucesso do repórter de TV Edward R. Murrow.




Executivo de 25 anos é novo dono do New York Observer


O The New York Observer tem novo – e jovem – dono: Jared Kushner, de 25 anos, noticia Katharine Q. Seelye [The New York Times, 31/7/06]. Kushner teria comprado a maioria das ações do semanário por US$ 10 milhões, segundo fontes ligadas à negociação. A circulação do jornal é relativamente pequena – 50 mil –, mas sua influência é grande, principalmente nos círculos de mídia e política de Nova York. Kushner teria alegado que o Observer era uma boa marca, capaz de render muito dinheiro um dia, embora hoje apresente prejuízo de US$ 2 milhões por ano. Segundo ele, a oportunidade de comprar um jornal não surge com tanta freqüência e a publicação constituía um nome de peso na capital mundial da mídia. O novo proprietário prometeu ficar afastado do processo editorial. ‘Cabe aos editores e repórteres decidirem o que deve estar no jornal. Deverá haver integridade em tudo’, disse ele. O nome Kushner já é conhecido entre os leitores do Observer. Charles B. Kushner, pai de Jared e rico empreiteiro de Nova Jersey, foi um dos principais doadores para a campanha de James E. McGreevey, ex-governador do estado. No ano passado, ele foi condenado a dois anos de prisão depois de ser considerado culpado por 18 acusações de evasão fiscal, coação de testemunha e doações ilegais a campanhas.