Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Em protesto, israelenses decidem deixar FIJ

A Associação de Jornalistas de Israel decidiu, na quinta-feira (20/7), suspender sua participação na Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) em protesto à condenação do bombardeio da sede da rede de TV libanesa al-Manar, ligada ao grupo xiita libanês Hezbollah. Em declaração divulgada em 14/7, a organização internacional que representa mais de meio milhão de jornalistas em 110 países afirmou que o ataque de Israel ao prédio e à torre de transmissão do canal em Beirute, na semana passada, segue um padrão de tomar a mídia como alvo, além de ameaçar a vida de profissionais de imprensa, violar leis internacionais e corroborar o uso da violência para reprimir veículos de comunicação dissidentes.


Israel não gostou nada da posição tomada pela FIJ e pediu uma retratação. O secretário-geral da organização, Aidan White, divulgou nova declaração condenando o país por outros incidentes.


Em uma longa carta, os jornalistas israelenses acusaram White de covardia e disseram que ele merece receber um ‘distintivo da vergonha’ por chamar a ‘ferramenta de propaganda do Hezbollah’ de imprensa livre. ‘O al-Manar é financiado pelas mesmas pessoas que atiram em nós’, afirmou o radialista Yaron Enosh, representante de Israel na FIJ. ‘Eles não são jornalistas, são terroristas e eu não serei membro de uma organização que acolhe terroristas’.


Enosh afirmou ao jornal Jerusalem Post que, nos últimos três anos, a FIJ vem condenando Israel. Por esta razão, a defesa da Federação em favor do al-Manar foi a gota d´água para a atitude da associação israelense. O radialista ressaltou ainda que a organização internacional não fez comentários quando cinco jornalistas israelenses e estrangeiros foram ameaçados, recentemente, pelo Hezbollah. Informações de Gil Hoffman [Jerusalem Post, 20/7/06] e Assaf Carmel [Haaretz, 20/7/06].


Ingleses atacados por multidão em Beirute


Na noite desta quinta-feira (20/7), dois jornalistas ingleses se recuperavam em Beirute de um ataque de uma multidão que cercou seu carro por cerca de uma hora, quebrando janelas e tentando tirá-los de dentro do veículo. O correspondente da GMTV Richard Gaisford e o produtor Dave Mason voltavam ao hotel após uma reportagem quando começaram a ser seguidos pela multidão, que cercou o carro e pegou as chaves. Os profissionais, seu tradutor libanês e o motorista que os levava foram resgatados por dois homens que pareciam ser oficiais do Hezbollah. Eles foram levados para um lugar seguro e interrogados antes de a polícia ser chamada. Informações de Lee Glendinning [The Guardian, 21/7/06].