Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Emissoras têm equipamentos apreendidos

As emissoras al-Jazira e al-Arabiya tiveram seus equipamentos confiscados por autoridades iemenitas na noite de quinta-feira (11/3). Agentes de segurança invadiram seus escritórios na capital do Iêmen, Sana, interrogaram funcionários e levaram equipamentos para transmissão ao vivo, além de câmeras e computadores.


O ministro da Informação, Hassan al-Lozy, afirmou que a ação foi tomada porque as emissoras não tinham licença para operar os equipamentos de transmissão ao vivo. A al-Jazira, com sede no Catar, e a al-Arabiya, na Arábia Saudita, refutam a afirmação e dizem acreditar que a busca em seus escritórios tenha relação com a cobertura do crescente conflito no sul do país.


O movimento no sul para restaurar a independência da região ameaça a estabilidade do Iêmen, que também enfrenta a presença cada vez maior do grupo terrorista al-Qaeda e uma insurgência separatista no norte. Depois de 128 anos sob o controle britânico, o sul do país permaneceu intependente de 1967 a 1990, quando houve um acordo de unificação. Desde então, são comuns períodos de tensão com o norte, incluindo uma breve guerra civil em 1994. Recentemente, oito ativistas e dois policiais foram mortos por conta do conflito.


Em meio à crise, para tentar controlar sua imagem e as tensões no país, as autoridades costumam exercer uma forte pressão sobre a cobertura jornalística. Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas, com sede em Nova York, o governo do Iêmen é um dos mais repressivos com a mídia no Oriente Médio – com jornais banidos, sites bloqueados e até um tribunal especial para casos envolvendo veículos de comunicação. Com informações da Associated Press [12/3/10].