A autora de um best-seller australiano admitiu ter inventado partes de sua história, vendida inicialmente como um caso real. O livro Forbidden Love (Amor Proibido), da escritora Norma Khouri, foi retirado das livrarias no mês passado depois que o jornal Sidney Morning Herald denunciou que sua história era falsa.
O livro fala sobre a amizade de Norma com Dalia, uma muçulmana. Segundo a escritora, que teria vivido sua juventude na Jordânia, ela e a amiga montaram um salão de beleza quando tinham 20 anos. Norma conta que fugiu do país depois do brutal assassinato de Dalia, morta a facadas pelo próprio pai por ter se apaixonado por um soldado cristão.
Em um programa de TV, há duas semanas, a escritora admitiu que inventou algumas partes do livro – mudou os nomes, datas e locais dos fatos – para proteger a si própria, sua família e seus amigos. ‘Não nego que menti’, disse ela. ‘Peço desculpas aos leitores, editores e agentes por não ter revelado minha história pessoal completamente’.
Ela nega, entretanto, que tenha mentido sobre a existência de Dalia e sobre seu assassinato. ‘Eu nunca chamarei o livro de ficção ou romance’, defende-se. O Herald, por sua vez, afirma que tem provas de que Norma viveu na Jordânia apenas até os três anos de idade e de que morou nos EUA de 1973 a 2000.
O livro vendeu 200 mil cópias na Austrália e foi publicado em mais 15 países que, juntos, venderam 50 mil cópias. A editora Random House Australia, uma unidade do conglomerado de mídia alemão Bertelsmann AG, declarou que a escritora falhou em provar sua inocência diante das acusações feitas a ela e que não irá mais publicar seu outro livro, A Matter of Honor (Uma Questão de Honra). As informações são da Reuters [18/8/04].