Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Ex-policial acusado de participar da morte de Anna Politkovskaya

O coronel de polícia aposentado Dmitry Pavlyuchenkov foi acusado formalmente, no fim da semana passada, de ligação com o assassinato, em 2006, da jornalista russa Anna Politkovskaya. Ele havia sido preso no fim de agosto. Autoridades que investigam o caso também nomearam Lom-Ali Gaitukayev, um criminoso condenado por outros crimes, como organizador do crime.

Gaitukayev teria sido contratado por uma pessoa não identificada para matar Anna. Ele então montou uma gangue que incluiria seus três sobrinhos – Rustam, Dzhabrail e Ibragim Makhmudov –, além de Pavlyuchenkov e mais um ex-policial, Sergei Khadzhikurbanov, que trabalhava na unidade de combate ao crime organizado. Pavlyuchenkov, que na época do crime era chefe de vigilância da corregedoria da polícia de Moscou, teria ordenado que seus subordinados seguissem a jornalista para identificar sua rotina – horários e caminhos que fazia – e depois passou as informações para os outros membros do grupo. O coronel também teria passado a arma do crime para o suposto atirador, Rustam Makhmudov, através de seu tio. Gaitukayev hoje cumpre pena por tentativa de assassinato em outro caso; Rustam foi preso em maio e acusado formalmente pela morte de Anna em junho. Ibragim e Dzhabrail Makhmudov, que haviam sido presos por ligação com o crime, foram inocentados por um júri no início de 2009. Khadzhikurbanov também foi inocentado junto com os irmãos Makhmudov, mas foi preso em abril daquele ano por outro caso – desta vez, acusado de extorsão.

A jornalista foi morta no elevador do edifício onde morava, em Moscou, em outubro de 2006. Ela trabalhava como correspondente especial do jornal Novaya Gazeta, e era bastante conhecida no país por reportagens investigativas sobre abusos de direitos humanos na Chechênia. Anna já havia sido ameaçada de morte diversas vezes, e chegou a ser vítima de envenenamento em 2004, quando viajava para cobrir o sequestro de mais de mil pessoas em uma escola em Beslan, na Ossétia do Norte. Com informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas [2/9/11].