Uma análise do Boston Herald dos arquivos financeiros do The New York Times revela que desde que Arthur Sulzberger Jr. assumiu como publisher em 1997, o grupo New York Times Co. comprou quase 1/3 das ações mantidas por pessoas de foram da dinastia Sulzberger, revela Brett Arends [The Boston Herald, 31/7/06].
Neste período, a porta-voz do grupo informou que os membros da família Sulzberger mantiveram ‘basicamente suas ações’ – o que comprova que, sem gastar dinheiro, a família aumentou suas ações em 20%. ‘Se isto continuar a ser feito durante um período, em algum ponto restará apenas um acionista’, avaliou Rich Cervone, gerente de fundos da empresa de investimentos Putnam. É o que também pensa Lee Forker, presidente da New England Research & Management, em Boston. ‘É um processo lento de privatização’, opinou ele.
Até o momento, o grupo Times gastou US$ 3 bilhões resgatando ações. Mas seu lucro líquido total de 1997 a 2005 foi de apenas US$ 2,85 bilhões. Ou seja, o lucro gerado pelos jornais New York Times, Boston Globe, e outros do grupo, retornou gradualmente para as mãos do publisher Sulzberger, alega Arends em artigo publicado no jornal rival do Boston Globe. Durante os nove anos de Sulzberger Jr. como publisher, ele enfrentou maus momentos: o caso Jayson Blair, Judith Miller e a atual queda no valor das ações do grupo. Tornar o grupo privado seria uma volta por cima, avalia o repórter. Para Brian Shipman, analista do banco suíço UBS, um acordo de compra de todas as ações é ‘certamente uma possibilidade’ em algum momento, mas não agora.