Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Filho de mineiro prepara documentário

O resgate dos 33 mineiros presos em uma mina no Chile, na semana passada, foi emocionante. Após 69 dias de ansiedade e incerteza, a cada homem que saía da cápsula puxada de um buraco na terra eram testemunhadas diferentes reações de mães, mulheres e filhos. Alguns parentes cumprimentavam os mineiros com lágrimas, outros com abraços apertados. Já o reencontro de Omar Reygadas com o pai, de mesmo nome, contou com uma filmadora.

Reygadas registrou o momento em que o pai foi resgatado. ‘Estava lá. Filmei a cápsula subindo. Vou fazer um filme de tudo isto’, contou. Ele, que é editor de imagens na TV local de Copiapó, quer ainda registrar depoimentos do pai. ‘Quero que ele conte tudo com sua própria voz. Acho que ele estará ansioso para recontar tudo o que aconteceu’.

Reygadas pai foi o 17º homem a sair da mina e, quando deixou a cápsula, ajoelhou-se segurando uma Bíblia. O operador de escavadora para terraplanagem é viúvo e tem a maior família entre todos os 33 mineiros: seis filhos, 14 netos e 3 bisnetos.

Passo à frente

Há rumores de que já existem projetos para a produção de filmes e livros sobre o caso dos mineiros. Raygadas, o filho, saiu na frente. Ele foi imediatamente para o local do incidente logo que soube da explosão que bloqueou a saída da mina. O editor registrou, em filme, os primeiros momentos tensos das famílias reunidas, em vigília. ‘Filmei tudo. As pessoas vindo à mina esperar, as 33 bandeiras colocadas em honra aos mineiros, o encontro com autoridades, a vida diária nas tendas’, disse.

Logo que foi estabelecido contato com os mineiros, após 17 dias sem comunicação com o mundo exterior e isolados sob a terra, Reygadas enviou uma câmera ao pai, para que pudesse filmar a vida do lado de dentro. ‘Ele queria filmar suas próprias imagens – as rochas, onde e como eles dormiam’, afirmou. Ele tem planos de levar os mineiros ao local onde os parentes os esperavam, para gravar depoimentos. ‘Quero voltar dentro de semanas, após eles terem saído do hospital e passado mais tempo com as famílias’. Informações de Gael Favennec [AFP, 14/10/10].