Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Fotógrafo russo é o sexto jornalista morto no conflito

O fotojornalista russo Andrei Stenin, desaparecido desde 5/8, foi encontrado morto no leste da Ucrânia. Seu corpo foi descoberto por rebeldes da autoproclamada República Popular da Donetsk, dentro de um carro incendiado, próximo à cidade de Snizhne. Aparentemente, o jornalista estava morto há um mês – foi necessário realizar um teste de DNA para identificar o cadáver.

Stenin, que era experiente na cobertura de guerras, estava na Ucrânia desde meados de maio e vinha trabalhando para a agência de notícias Rossiya Segodnya, criada em 2013 a partir da fusão de diversas agências de notícias estatais russas. Ele foi o sexto profissional de imprensa a ser assassinado durante a cobertura do conflito no leste do país. Um fotógrafo italiano e seu intérprete morreram em maio de 2014, e três jornalistas russos foram assassinados por tiros de morteiro em junho. Além disso, mais de 200 profissionais ligados a veículos de comunicação foram feridos ou atacados desde o início do ano, sendo que pelo menos seis jornalistas ainda se encontram detidos por grupos separatistas, principalmente na região de Lugansk.

Christophe Deloire, secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras, emitiu um comunicado dizendo-se profundamente consternado com a morte de Stenin. Ele também condenou as condições precárias reservadas aos jornalistas que trabalham no leste da Ucrânia e pediu às autoridades ucranianas e russas, bem como às forças separatistas, para investigar o caso de forma imparcial e determinar as circunstâncias exatas da morte de Stenin e de outros colegas.

Condolências de Putin

Autoridades ucranianas foram acusadas de estar por trás do desaparecimento de Stenin; no entanto, negaram qualquer envolvimento de militantes de Kiev na tragédia. De acordo com o Comitê de Investigação da Rússia, Stenin teria sido morto durante um ataque ucraniano a uma coluna de refugiados protegidos por partidários da independência da Ucrânia Oriental.

O presidente Vladimir Putin, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev e outros políticos russos expressaram publicamente suas condolências pela morte do fotojornalista.

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