Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Governo demite jornalistas por falta de entusiasmo

O gabinete do vice-ministro da Informação da Guiné Equatorial, Purita Opo Barila, anunciou em 19/1 a decisão de demitir quatro jornalistas de uma rede de rádio e TV estatal por ‘insubordinação’ e ‘falta de entusiasmo’. Além destas duas justificativas, não foi dada nenhuma explicação mais detalhada do motivo da demissão dos técnicos David Ndong, Miguel Eson Ona e Cirilo Nsue e do cinegrafista Casiano Ndong, da RTVGE.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras [23/1/09], os profissionais foram punidos por falhar em exaltar os ‘méritos’ do regime. O diretor-geral da rede, Virgilio Seriché Riloha, não comentou as demissões. ‘A Guiné Equatorial é um destes países africanos onde não se sabe nada ou quase nada porque as autoridades fazem o possível para esconder a triste realidade’, declarou a RSF. ‘Há anos, o presidente Teodoro Obiang Nguema age como um déspota, enquanto seu governo, que despreza a população, reprime todas as tentativas de expressão independente sem reação da comunidade internacional’.

Não há, na prática, imprensa privada no país. Os jornalistas que trabalham para a mídia estatal são obrigados a divulgar propaganda governamental, e são tratados como funcionários estatais que podem ser demitidos sem aviso ou explicação. A regulação dos órgãos de mídia é feita pelo Ministério da Informação, e todos os funcionários deste Ministério são membros do Partido Democrático da Guiné Equatorial, de situação.