Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Governo dos EUA condena novo vazamento do WikiLeaks


Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 30 de novembro de 2010


 


VAZAMENTO


Marcelo Ninio


WikiLeaks escancara isolamento do Irã


A nova avalanche de documentos confidenciais revelados pelo site WikiLeaks escancarou com todas as letras o temor de alguns dos principais líderes árabes com o programa nuclear do Irã.


O vazamento mostra o que até agora estava restrito aos bastidores: a forte pressão árabe para que os EUA ataquem instalações iranianas.


Não é surpresa que Israel tenha elogiado a publicação. Tampouco que o Irã tenha desqualificado a iniciativa.


Entre os cerca de 250 mil telegramas diplomáticos dos EUA que começaram a ser divulgados pelo WikiLeaks no domingo, estão mensagens que ilustram o conhecido temor de líderes árabes com a perspectiva da bomba atômica iraniana. Com fervor jamais revelado publicamente.


Em um telegrama de 27 de dezembro de 2005, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é descrito como ‘desequilibrado’ e ‘louco’ por comandantes militares dos Emirados Árabes Unidos ao então chefe do Comando Central norte-americano, general John Abizaid.


Chama a atenção a insistência da Arábia Saudita, um dos países mais influentes da região, para que os EUA considerem uma ação militar. Num telegrama de 2008, o rei saudita, Abdullah, pede ao governo Bush ‘que corte a cabeça da serpente’.


Outros países da região exibem o mesmo alarme. Em comum, a aversão ao presidente iraniano e a preocupação de que os EUA ataquem antes que Israel o faça.


Em uma mensagem de julho de 2009, o ministro da Defesa dos Emirados Árabes, príncipe Mohamed bin Zayed, prevê um ataque israelense até o fim daquele ano e alerta para o perigo de apaziguar o Irã. ‘Ahmadinejad é Hitler’, diz Bin Zayed.


Os governos do mundo árabe mantiveram o silêncio ontem, mas a imprensa repercutiu o vazamento, prevendo que causará turbulências nas relações com o Irã.


O presidente iraniano reagiu com desdém, acusando os EUA de orquestrarem o vazamento: ‘O Irã e os países da região são amigos’.


Uma das informações novas, contidas num telegrama de fevereiro deste ano, é a avaliação da inteligência dos EUA de que Teerã recebeu 19 mísseis da Coreia do Norte com alcance suficiente para atingir as capitais da Europa.


Para Israel, o vazamento prova que o país não está sozinho em sua preocupação com o regime iraniano.


‘Pela primeira vez na história há um acordo de que o Irã é a ameaça’, disse o premiê Binyamin Netanyahu.


 


 


Mídia defende divulgação de documentos


Criticada pelo Departamento de Estado dos EUA como ‘irresponsável’, a divulgação de documentos diplomáticos sigilosos foi defendida por cinco publicações internacionais.


Todas elas afirmaram que as informações são assunto de interesse público, e que sua divulgação é transparente.


As cinco publicações que tiveram acesso adiantado aos ‘cables’, como são conhecidos os despachos, foram os jornais ‘The New York Times’ (EUA), ‘El País’ (Espanha), ‘Le Monde’ (França) e ‘The Guardian’ (Reino Unido), além da revista semanal ‘Der Spiegel’ (Alemanha).


Todos publicaram editoriais, artigos ou até vídeos defendendo o sigilo das fontes.


Os veículos ainda argumentam que pesaram questões de segurança de um lado e, de outro, a importância de tornar públicos detalhes das estratégias que os EUA tentam implementar em diferentes regiões do mundo.


Isso inclui as guerras do Iraque e Afeganistão e golpes de Estado dos anos 60, 70 e 80 na América Latina.


O ‘NYT’ afirma ter recebido os documentos de uma fonte anônima, supostamente a mesma que teria enviado os dados às publicações europeias.


No entanto, segundo o blog Cutline, do Yahoo News, o diretor-executivo do jornal, Bill Keller, teria afirmado em e-mail ter recebido os documentos de segunda mão, repassados pelo jornal britânico ‘The Guardian’.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Esperança


Começam a sair os primeiros balanços, no exterior, do confronto no Rio. A ‘Economist’ diz que as UPPs, ‘Pacification Police Units’, conforme ‘se mantêm nos lugares’, parecem estar levando ‘os moradores das favelas a dar boas-vindas à polícia, o que é novo’. Mais, ‘estão se permitindo esperança’.


Em análise, a Reuters destaca que ‘as cenas de guerra urbana podem representar um passo crucial, e positivo, no desenvolvimento da economia do Brasil -caso a polícia seja capaz de manter o controle das favelas antes fora do domínio da lei’.


A BBC pergunta se ‘a operação vai trazer segurança de longo prazo aos moradores’ e responde que desta vez é diferente, sublinhando as UPPs. Mas há ‘vozes de preocupação’, caso da Anistia Internacional, que cobra mudanças no sistema judicial.


VOZ DA COMUNIDADE


O portal G1, da Globo, entrevistou ontem Renê Silva, do jornal e perfil de Twitter que chamou a atenção nos confrontos


Ao longo do final de semana, o Blue Bus seguiu a cobertura do Voz da Comunidade, perfil de Twitter feito por adolescentes de um jornal de mesmo título, do Complexo do Alemão. Entre eles, Renê Silva, 17, e Jackson Alves, 13. E ainda no domingo, em meio à tomada do morro, entrevistou um dos jovens do ‘fenômeno de comunicação’. Que escreveu estar ‘procurando informar as pessoas com notícias exclusivas e antes da imprensa geral!’.


Ontem, o ‘Voice of the Community’ foi tema de longa reportagem na BBC, enfatizando a disseminação das redes sociais.


TRIÂNGULO DOURADO


O ‘Wall Street Journal’ publicou ‘Fim da prospecção em águas profundas? Não no Brasil’, do chefe da sucursal em Houston, centro da indústria de petróleo nos EUA. Escreve que o setor segue ‘a toda velocidade’ em regiões como a Guiné, ‘mas em nenhum lugar isso é mais evidente que no Brasil, onde a estatal Petrobras iniciou produção num dos maiores campos descobertos em 30 anos’.


Em quadro, o jornal destaca as 11 descobertas da década no Atlântico. Sete delas são operadas pela Petrobras. Duas, pela Shell.


‘NYT’ VS. WIKILEAKS


A cobertura de mídia do Yahoo News informou que o ‘New York Times’ não recebeu os novos documentos do WikiLeaks, mas do ‘Guardian’. O jornal americano vem sendo criticado pela organização. Em entrevista em julho, Julian Assange chamou o ‘NYT’ de ‘pusilânime’ e ‘antiprofissional’ por abrir documentos anteriores ao governo americano -e não linkar o site do WikiLeaks.


O ‘NYT’ confirmou que Assange decidiu não passar os documentos diretamente. No site do jornal, o editor-chefe Bill Keller respondeu, a leitores críticos do vazamento, que a edição foi feita ‘em consulta com o Departamento de Estado’.


‘WSJ’ VS. WIKILEAKS


Uma semana antes da divulgação dos vazamentos, o ‘WSJ’ foi contatado pelo WikiLeaks -e recusou. Foi o que publicou o próprio jornal de Rupert Murdoch, sob o título ‘Publicar vazamentos ou não publicar?’. Dizendo ser ‘estratégia do WikiLeaks para levantar seu perfil’, justifica sua decisão: ‘Não queríamos concordar com as precondições sem ter uma compreensão mais ampla do que os documentos continham’.


Realidade


A instituição Council on Foreign Relations, dos EUA, postou análise de seu presidente, Richard Haas, destacando que ‘a divulgação não autorizada de documentos diplomáticos, ainda que revele pouco, pode afetar interesses vitais de segurança nacional’. Já a ‘Foreign Policy’ postou, de David Rothkopf, que o vazamento mostra ‘Como o mundo é realmente governado’, com revelações como a extensão do financiamento saudita à Al Qaeda.


Lady Gaga


Sob o título ‘Pesadelo de diplomata é sonho de historiador’, no ‘Guardian’, Timothy Garton Ash escreveu o texto de maior repercussão sobre o ‘banquete de segredos’. Ecoa por ‘New Yorker’ etc. Encerra ironizando a ‘decisão estranha dos EUA de pôr toda uma biblioteca de correspondência diplomática num sistema de computador de segurança tão brilhante que um jovem de 22 anos poderia baixá-la num CD de Lady Gaga. Não é gaga?’.


 


 


TECNOLOGIA


Julio Wiziack


Vendas do iPad começam à 0h de sexta


As operadoras de celular não ficaram surpresas com o lançamento do iPad, que será vendido somente nas lojas da Apple, mas não gostaram de ficar impedidas de vendê-lo no final do primeiro trimestre de 2011.


Oficialmente, a Apple e as operadoras não comentam o assunto. Mas a Folha apurou que as negociações avançavam para que as teles pudessem esperar não mais que um mês pela venda do iPad em suas lojas.


Ainda segundo a Folha apurou, essa nunca foi uma opção dada pela Apple. Nos EUA, as operadoras AT&T e Verizon só começaram a vender os tablets cerca de sete meses após o lançamento nas lojas da Apple. Até o Best Buy, uma das maiores redes de eletrônicos do país, vendeu antes das teles.


No Brasil, não será diferente porque a estratégia da fabricante americana é fortalecer seus pontos de venda. Mas há chances de que a espera das teles seja menor do que elas acreditam.


LARGADA


As vendas do iPad começam à 0h de sexta, dia 3, em quase 150 lojas e revendedores autorizados do país.


Na Fnac em São Paulo, o lançamento será na loja do shopping Morumbi.


No evento, haverá DJs, coquetel e convidados especiais com direito a contagem regressiva para o início das vendas.


Sites como a Americanas.com, Extra.com e Submarino também comercializarão o equipamento.


Tanto nas lojas como na internet as vendas poderão ser parceladas em até dez vezes sem juros no cartão de crédito. Pela loja da própria Apple, será possível parcelar em até 12 vezes sem juros.


Seis modelos estarão disponíveis: três que funcionam em redes Wi-Fi (tipo de conexão à internet sem fio) e outros três híbridos, que aceitam redes Wi-Fi e 3G.


Os preços do tablet variam de R$ 1.649 a R$ 2.559.


Os modelos híbridos são mais caros e, em geral, quanto mais memória, mais elevado o preço, independentemente da tecnologia de conexão à internet.


Nos Estados Unidos, o preço inicial do tablet no dia de lançamento (abril) foi de R$ 913 (16 Gbytes, Wi-Fi). O iPad mais caro foi o de 64 Gbytes e conexão 3G: R$ 1.517.


PLANOS


Mesmo apesar de não venderem o iPad, as operadoras estão preparando pacotes de dados especiais para o produto. Até o fechamento desta edição, a Folha conseguiu confirmar pacotes de dados da Claro e da Oi para o tablet da Apple. A ideia é oferecer mais vantagens de preços para estimular o uso da internet pelas redes 3G.


Apesar de ficarem restritas somente à venda de chips nas lojas da Apple nesse momento (algo necessário para que os modelos 3G funcionem fora de ambientes Wi-Fi), as teles não reclamam de ter escapado dos gastos com a compra do iPad, caso tivessem sido liberadas para vendê-lo agora.


Além disso, as teles acreditam que a Apple ainda está com problemas de entrega devido à demanda mundial acima da estimada. Desobrigadas a venderem o iPad, elas estariam livres de arcar com esse risco junto aos seus clientes.


 


 


INTERNET


Clipping de notícias pagará direito autoral no Reino Unido


A Justiça britânica determinou que empresas de clipping de notícia que fazem monitoração de conteúdo digital pago devem pagar direitos autorais para veículos de comunicação.


A decisão, em primeira instância, decorre de uma ação movida pela NLA (Newspaper Licensing Agency) contra a empresa de relações públicas Meltwater.


A NLA reúne oito grandes jornais britânicos, que se uniram para recolher direitos autorais dos serviços de clipping de notícia em papel. Em 2010, elas estenderam o escopo da agência para o meio digital.


Com a recusa da Meltwater a pagar direito autoral, o assunto foi parar na Justiça. A Meltwater diz que vai recorrer.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Calor não espanta audiência de ‘Tropa de Elite em 3D’


Domingão de sol, horário de verão e mesmo assim a TV conseguiu fisgar a audiência investindo na cobertura da ocupação policial de favelas na zona norte do Rio.


Batizado no Twitter de ‘Tropa de Elite em 3D’, a transmissão da ação policial no Complexo do Alemão, na manhã de domingo, mexeu até com uma instituição da Record: o ‘Pica-Pau’. No lugar do desenho, que ocupa toda a manhã no canal, foi ao ar ao vivo a cobertura das operações no Rio.


A troca praticamente dobrou a audiência da emissora na praça carioca. Das 6h44 ao meio-dia, a Record marcou 12 pontos. O horário costuma registrar 7 pontos (cada ponto equivale a 36,6 mil domicílios no Rio de Janeiro).


Mesmo com o calor, que costuma espantar os telespectadores da poltrona, o share total (participação entre televisores ligados) da TV aberta anteontem foi o mesmo que o domingo passado, dia 21: 44%. Já a Globo pulou 21% de share (dia 21) para 31% (domingo).


O maior reflexo do interesse da audiência na situação do Rio foi sentido no ‘Fantástico’, quase todo dedicado ao tema. A atração registrou 25 pontos de ibope, com 43% de share. Sua média, até então, vinha na casa dos 21 pontos, com share de 34% (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


EVIDÊNCIAS Chitãozinho e Xororó e Leonardo Vieira com os intérpretes mirins da dupla no documentário ‘Nascemos para Cantar’ (Record), que vai ao ar dia 25


Alavanca A tática de atrelar a exibição 24 horas, on-line, de ‘A Fazenda’ (Record) ao e-mail do R7 deu certo. O portal bateu os 2 milhões de e-mails cadastrados. Antes de o reality começar, eram 600 mil.


Musa A série ‘Psych’ (Universal) terá episódio inspirado em ‘Twin Peaks’, em comemoração aos 20 anos da série de David Lynch.


Sol Nada de gravações em praias e no Nordeste. A Band trocou sua habitual programação de verão, em janeiro e fevereiro, pela estreia antecipada de sua grade de 2011.


Pau oco Clara (Mariana Ximenes) vai enganar Gemma (Aracy Balabanian) em ‘Passione’ (Globo) ao fingir que apanhou da avó.


Regime O culto excessivo à magreza e os limites de um gordinho faminto vão virar piada em ‘Dinossauros & Robôs’, próxima novela das 19h da Globo. Um dos núcleos cômicos será um spa, onde ficarão os personagens de Rosane Gofman e Ary França.


Debate A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado fará amanhã sua primeira audiência pública para debater o PLC 116/10, que, entre outras coisas, cria cotas de programação nacional na TV paga.


Presença Convidado para a audiência, Amilcare Dallevo, presidente da Abra (Associação Brasileira de Radiofusores), não poderá ir porque está na França inaugurando o sinal da Rede TV! no país.


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


Clarice Cardoso


‘Top Chef’ homenageia bairros de Nova York no menu do 5º ano


Da Índia ao Oriente Médio, passando pela Jamaica, pela Rússia e pela América Latina, a culinária de quase todas as comunidades presentes nos bairros de Nova York está no menu do começo do quinto ano de ‘Top Chef’.


O reality, que levou o Emmy neste ano, começa a temporada com 17 cozinheiros. A partir de hoje, o Sony exibirá toda semana dois episódios na sequência.


Na estreia, a Big Apple é homenageada num desafio que envolve, é claro, maçãs.


Já no capítulo que vai ao ar na sequência, um ícone da cidade e clássico das comidas de rua será revisitado: o cachorro quente.


É então que tudo pode começar a azedar para os participantes: eles terão de servir um jantar para 50 chefs que se inscreveram e fizeram testes, mas não conseguiram entrar na atração.


Além disso, novas papilas gustativas chegarão para avaliar tudo na bancada de jurados: Toby Young, crítico e autor de ‘How to Lose Friends and Alienate People’ (como perder amigos e alienar pessoas), se junta a Padma Lakshmi, Tom Colicchio e Gail Simmons.


NA TV


Top Chef


Estreia da quinta temporada


QUANDO hoje, às 21h, no Sony


CLASSIFICAÇÃO 12 anos


 


 


Internauta compara decepção com segredo de ‘Passione’ ao fim de ‘Lost’


A revelação do segredo de Gerson (Marcello Antony), exibida ontem em ‘Passione’, decepcionou internautas. O personagem contou ao seu analista, vivido pelo psiquiatra Flávio Gikovate, ser viciado em ‘sexo sujo’.


Disse gostar de ver homens transando em banheiros públicos, ‘daquele cheiro’, contou que chegou a sair com travesti e que via ‘aquelas revistas proibidas’. É viciado em pornografia, que vê especialmente pelo computador.


Usuários do Twitter compararam a revelação, aguardada há meses pelo público, com o fim de ‘Lost’. A série guardou por sete anos o mistério sobre a ilha na qual se passava a história, e o último capítulo, em maio, decepcionou fãs. ‘O segredo de Gerson frustrou todo mundo mais do que o fim de ‘Lost’, disse uma internauta.


Corredor de carro, Gerson é patrocinado pela Goodyear, que tinha da Globo a garantia de que o problema não era nada que prejudicasse a marca.


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 30 de novembro de 2010


 


VAZAMENTO


Andrei Netto


Ahmadinejad citou Brasil para justificar programa nuclear, revela WikiLeaks


Os documentos secretos revelados pelo site WikiLeaks comprovam como era tratada nos bastidores a preocupação crescente da comunidade internacional com as relações entre Brasil e Irã entre 2009 e 2010. Em um diálogo com o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, em Teerã, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, argumentou que seu país ‘não estava fazendo nada diferente do Brasil na esfera nuclear’.


Putin teria retrucado afirmando que o Brasil ‘não se localiza no Oriente Médio’.


Em Washington, Paris, Berlim e Moscou, diplomatas defenderam o aumento da pressão contra Ahmadinejad e manifestaram preocupação com a atuação do governo brasileiro. Em diferentes mensagens, a política externa brasileira foi criticada por atrapalhar os planos de sanções. O Brasil é tido como líder emergente que precisa ser atraído.


Segundo pesquisas nos documentos confidenciais ou secretos revelados até aqui, o Brasil entra na lista de preocupações das potências internacionais a partir do início 2009. Segundo relato do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, ao embaixador americano em Moscou em abril do ano passado, o Brasil era usado como álibi por Ahmadinejad quando o assunto era o programa nuclear.


A posição de Brasília volta a ser comentada, desta vez em conversa telefônica entre o líder francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente dos EUA, Barack Obama, em novembro de 2009.


Na ocasião, o embaixador americano relata que as altas esferas diplomáticas francesas estão preocupadas com a perda de apoio da opinião pública contra o Irã, porque países como China, Turquia e Brasil continuavam a manter relações diplomáticas ou comerciais com o Irã. O texto cita a visita de Ahmadinejad ao Brasil, em novembro de 2009.


‘Países continuam a engajar relações diplomáticas e comerciais com o Irã (a exemplo dos interesses comerciais chineses, da recente visita do primeiro-ministro turco ao Irã e da visita do presidente iraniano Ahmadinejad ao Brasil)’, diz o documento, classificado como secreto.


Em 2010, a preocupação com a posição brasileira aumenta e autoridades francesas advertem que o Brasil pode não conhecer o limite da negociação com o Irã. Em maio, o Brasil e a Turquia tentariam intermediar um acordo com o Irã que permitisse a troca de urânio por combustível nuclear para um reator de pesquisas médicas. O acordo seria muito criticado pela comunidade internacional. Em fevereiro, o governo da Alemanha ressaltaria aos americanos a necessidade de seduzir o Brasil, considerado ‘líder de opinião no Terceiro Mundo’.


Em reuniões diplomáticas realizadas em 2010 e 2009, diplomatas dos EUA, França, Alemanha e Rússia tratam da influência brasileira na questão nuclear; Ahmadinejad diz a Putin que ‘não faz nada diferente do Brasil’


Em agosto de 2009, em uma reunião com a ministra-conselheira americana Kathleen H. Allegrone, em Paris, dois assessores diretos de Sarkozy ressaltaram a necessidade de aumentar a pressão sobre o Irã, para que o país abandonasse seu programa nuclear. François Richier e Patrice Paoli, conselheiros de Assuntos Estratégicos e de Oriente Médio, respectivamente, exortam ainda os EUA a se aproximar de países como o Brasil.


OUTROS SEGREDOS


Zelaya sofreu ‘golpe de Estado’


A embaixada americana em Tegucigalpa esclareceu, em junho de 2009, que o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya, havia sido deposto por ‘um golpe inconstitucional e ilegal’. Esse era o teor da mensagem enviada ao Departamento de Estado.


Elo Chávez-Lugo foi investigado


Diplomatas da Embaixada dos EUA em Assunção tentaram investigar ao longo de 2008 se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, estava financiando a campanha do então candidato paraguaio Fernando Lugo, que acabou eleito presidente.


Saúde mental de Cristina preocupa


A diplomacia americana mostrou preocupação com a ‘saúde mental’ da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner. Hillary Clinton chegou a pedir um relatório sobre o estado de saúde mental da mandatária argentina.


Ambulâncias com arma do Hezbollah


Ambulâncias iranianas do Crescente Vermelho, a versão da Cruz Vermelha para países islâmicos, foram usadas para contrabandear armas do Irã para o grupo xiita libanês Hezbollah durante a guerra com Israel em 2006, segundo a diplomacia israelense.


Khamenei teria câncer terminal


Um empresário da Ásia Central, que viaja com frequência a Teerã, soube por um dos seus contatos que (o ex-presidente iraniano Ali Akbar) Rafsanjani lhe contou que o aiatolá Ali Khamenei tem leucemia em estágio terminal e pode morrer em meses.


Retirada de urânio do Paquistão


EUA temiam que material radioativo fosse usado em ataques terroristas. Desde 2007, Washington tenta remover urânio altamente enriquecido de um reator do Paquistão. Islamabad ainda se recusa a aceitar uma visita de especialistas dos EUA.


 


 


Denise Chrispim Marin


Hillary vê ‘roubo’ e ‘ataque’ em vazamento


O governo dos Estados Unidos condenou com veemência e lamentou o vazamento de 250 mil telegramas diplomáticos pelo site WikiLeaks ontem. Antes de embarcar para uma viagem por Ásia e Oriente Médio, a secretária de Estado, Hillary Clinton, qualificou a iniciativa de uma ‘sabotagem nas relações pacíficas’ entre os EUA e outros países.


Hillary ponderou sobre o risco imposto às pessoas mencionadas e negociações consideradas prioritárias pelo governo americano. Enfatizou, porém, que as informações trazidas a público confirmam o acerto da política de seu país em relação ao Irã.


‘Os EUA condenam fortemente o roubo de documentos e a revelação ilegal de informação confidencial, que põe a vida das pessoas em perigo, ameaça a nossa segurança nacional e mina os esforços para trabalhar com outros países para resolver problemas. Nossa política externa oficial não é formulada por essas mensagens (os telegramas enviados pelas embaixadas americanas), mas aqui em Washington.’


Hillary anunciou também a adoção de medidas adicionais de proteção às informações diplomáticas – para garantir que ‘nunca mais aconteça’ um vazamento – e de ‘passos agressivos’ para punir os seus responsáveis.


A falta de garantia sobre a confidencialidade das comunicações diplomáticas dos EUA foi uma das críticas endereçadas ontem a Washington por importantes aliados, como a Grã-Bretanha. O Departamento de Justiça americano abriu investigação criminal sobre o vazamento que, em princípio, partiu do próprio Departamento de Estado.


O vazamento deu-se às vésperas do giro de Hillary por Casaquistão, Usbequistão e Bahrein, onde tratará com os líderes dos países sobre o conflito no Afeganistão, questões relacionadas à estabilidade no Cáucaso e a ação de grupos terroristas islâmicos. No Casaquistão, ela participará de encontro da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa, composto por vários dos países citados nos telegramas vazados.


Questionada se a revelação das informações diplomáticas lhe trazia constrangimento em suas próximas atividades, a secretária de Estado assinalou que as relações construídas pelos EUA ‘superam esse episódio’. ‘Vou continuar as conversas que comecei’, afirmou.


Embora tenha tido o cuidado de não confirmar a veracidade dos 250 mil telegramas divulgados pelo WikiLeaks, Hillary afirmou que, no caso do Irã, as informações tornadas públicas comprovam o acerto da política americana. Parte dos telegramas traz a preocupação de países do Oriente Médio com a evolução do programa nuclear iraniano. Entre eles, o relato do pedido do governo da Arábia Saudita aos EUA para que bombardeassem as instalações do Irã.


 


 


Timothy Garton Ash


Um banquete de informações


É o sonho do historiador. E o pesadelo do diplomata. Aqui estão, para todos verem, as confidências de amigos, aliados e rivais, acompanhadas pelas avaliações francas de diplomatas americanos, às vezes brilhantes, a seu respeito. Nas próximas semanas, os leitores de jornais de todo o mundo poderão desfrutar de um verdadeiro banquete da história do presente.


Em geral, o historiador precisa esperar de 20 a 30 anos para descobrir esses tesouros. Aqui, os despachos mais recentes têm pouco mais de 30 semanas. E que descobertas! Este tesouro contém mais de 250 mil documentos. Como todos os pesquisadores de arquivos sabem, o acesso a fontes tão variadas de informações possibilita um conhecimento muito peculiar. Uma análise prolongada permite obter uma profunda noção das prioridades, do caráter, e dos processos de pensamento.


A maior parte deste material consiste de informações de cunho político, provenientes do mundo todo, além de instruções de Washington. É importante lembrar que não temos aqui as principais categorias de sigilo. Mesmo assim, trata-se de um régio banquete.


Não surpreende que o Departamento de Estado esteja fazendo tanto alarde. Mas, pelo que vi, os profissionais do serviço secreto dos EUA não precisam se envergonhar. Sem dúvida, há, marginalmente, ecos de transações duvidosas, principalmente em relação à condução da ‘guerra ao terror’ nos anos Bush. Há perguntas específicas que devem ser feitas e respondidas. Mas, na maior parte, trata-se de diplomatas cumprindo suas obrigações: descobrir o que está acontecendo nos lugares para os quais foram destinados, trabalhar para defender os interesses de sua nação e a política do seu governo.


Na realidade, minha opinião pessoal sobre o Departamento de Estado subiu vários pontos. Nos últimos anos, achava o serviço secreto americano pouco motivado, intratável, principalmente se comparado a outros braços mais autoconfiantes do governo dos EUA, como o Pentágono. Mas o que temos aqui muitas vezes é da mais alta qualidade.


O homem que agora é o diplomata de mais alto escalão dos EUA, Willian Burns, contribuiu na Rússia com um relato extremamente divertido sobre um extravagante casamento no Daguestão, do qual participou o presidente da Chechênia, que dançou ‘com sua automática folheada a ouro enfiada na parte posterior da cintura dos seus jeans’. As análises de Burns sobre política russa são agudas. Assim como os relatos de seus colegas de Berlim, Paris e Londres. Em um despacho de 2008 de Berlim, o então governo de coalizão de cristãos-democratas e social-democratas da Alemanha é comparado ao ‘casal que se odeia, mas continua junto pelos filhos’. E nós, britânicos, deveríamos analisar seriamente essa neurótica obsessão por nosso ‘relacionamento especial’ com Washington. É inquietante encontrar telegramas assinados por Hillary Clinton que sugerem que diplomatas americanos estão sendo solicitados a fazer coisas comumente pedidas a agentes de níveis inferiores – como vasculhar cartões de crédito e detalhes biométricos de funcionários de alto escalão da ONU.


Em sentido mais amplo, o que constatamos em todo este intenso intercâmbio diplomático é que a preocupação com a segurança e o contraterrorismo impregnou todos os aspectos da política externa americana na última década. Mas também podemos constatar a gravidade das ameaças, e o fato de que o Ocidente tem um controle mínimo sobre elas.


Há um clima devastador quanto ao programa nuclear iraniano e a dimensão da preocupação, não apenas dos israelenses, mas acima de tudo árabe a este respeito; à vulnerabilidade dos estoques nucleares do Paquistão aos ataques dos criminosos islâmicos; à anarquia e a corrupção no Afeganistão; à Al-Qaeda no Iêmen; e às histórias reais sobre o poder da máfia russa que fazem o romance mais recente de John Le Carré parecer sóbrio.


Há um interesse do público em conhecer estas coisas. O Guardian, o New York Times e outros veículos mais responsáveis se esforçam por tentar garantir que nada do que eles publicam coloque em risco as pessoas. Deveríamos pedir ao WikiLeaks que fizesse a mesma coisa.


Mas resta uma pergunta. Como é possível realizar um trabalho diplomático nessas condições? Um porta-voz do Departamento de Estado está certo quando afirma que as revelações ‘criarão tensões nas relações entre nossos diplomatas e nossos amigos no mundo todo’. Existe um interesse público em entender como o mundo funciona e o que é feito no nosso interesse, e há um interesse público na condução confidencial da política externa: dois interesses públicos conflitantes.


Entretanto aposto que o governo americano se arrependerá, e terá de rever urgentemente sua bizarra decisão de colocar toda uma biblioteca com a correspondência diplomática recente em um sistema computadorizado militar tão fantasticamente seguro que um sujeito de 22 anos poderia baixá-lo num CD. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA


É PROFESSOR DE ESTUDOS EUROPEUS NA UNIVERSIDADE OXFORD E ESCRITOR


 


 


TECNOLOGIA


Filipe Tavares Serrano


iPad chega, finalmente, ao mercado brasileiro


Depois de oito meses de espera, a Apple confirmou ontem que o seu tablet iPad começa a ser vendido em revendas autorizadas e na loja online da Apple a partir de sexta-feira. Os dois modelos do aparelho, o Wi-Fi e Wi-Fi+3G estarão disponíveis a partir do fim desta semana, segundo a empresa.


Os preços oficiais do modelo apenas com conexão Wi-Fi (de internet sem fio) sugeridos para o varejo são: R$ 1.649, para a versão de 16 gigabytes (GB) de espaço para armazenamento, R$ 1.899, para o modelo com 32 GB, e R$ 2.199, para o iPad com 64 GB de memória.


Já o modelo com Wi-Fi e 3G (conexão à internet pela rede da operadora de celular) tem preços sugeridos de R$ 2.049 (16 GB), R$ 2.299 (32 GB) e R$ 2.599 (64 GB).


A Apple fará o lançamento oficial do iPad na virada de quinta-feira para sexta-feira, na loja Fnac do Shopping Morumbi, em São Paulo, onde começará a vender o produto. Segundo a empresa, outras revendedoras devem fazer o mesmo em suas lojas.


Lançado em abril nos Estados Unidos, o iPad registrou vendas de 7,5 milhões de unidades até setembro. O iPad foi homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em agosto, e seu lançamento dependia somente da Apple.


O modelo mais barato (Wi-Fi com 16 gigabytes) sai por US$ 499 nos Estados Unidos, o equivalente a R$ 860. Isso quer dizer que, no Brasil, o aparelho é 91% mais caro que no mercado americano.


Críticas. A demora do lançamento do tablet no Brasil gerou críticas à fabricante do aparelho. Há algumas semanas, Alex Zornig, diretor financeiro da operadora de telefonia Oi, chegou a afirmar que ‘o problema do iPad é que o Brasil não é prioridade da Apple’, ao ser questionado sobre o lançamento. ‘As operadoras brasileiras receberam 70 mil iPhones 4, que acabaram em 3 dias. É a pulga do cachorro em cima do elefante.’


Este mês, o empresário Eike Batista, do Grupo EBX, afirmou que quer trazer para o Brasil uma montadora de produtos da Apple. Eike disse que já iniciou conversas com dois grupos que fazem na Ásia a montagem de aparelhos da empresa de tecnologia americana. A ideia é que a montadora seja instalada no complexo do Porto do Açu, da LLX, empresa de logística da holding, em São João da Barra, no litoral norte do Rio.


Com uma fortuna pessoal estimada em US$ 27 bilhões, Eike Batista ficou em oitavo lugar na lista da revista Forbes dos mais ricos do mundo. Steve Jobs, dono da Apple, ficou em 136.º lugar, com US$ 5,5 bilhões.


Mercado. A empresa de pesquisas Gartner reduziu ontem a estimativa para vendas globais de computadores neste e no próximo ano, citando a demanda mais fraca em decorrência da preferência dos consumidores por tablets em vez de PCs.


A Gartner estima que as encomendas este ano cresçam 14,3% em relação a 2009, para 352 milhões de unidades, e aumentem 15,9% em 2011 na comparação com 2010. Anteriormente, a previsão era de crescimento de 17,9% este ano e de 18,1% no próximo.


‘Os resultados refletem reduções quanto ao crescimento esperado em número de unidades, no curto prazo, com base na demanda mais fraca dos consumidores, decorrente principalmente do aumento do interesse por tablets como o iPad’, disse Ranjit Atwal, diretor de pesquisa da Gartner, em nota.


‘Os tablets devem substituir cerca de 10% dos PCs até 2014’, acrescentou ele. / COM REUTERS


 


 


TELEVISÃO


Cristina Padiglione


Camelô vende Tropa 3: cenas do Globocop


Wagner Moura perdeu a primazia nos camelôs.Já está à venda no centro do Rio o DVD Tropa de Elite 3. Mais realista, impossível: são cenas recém-captadas pelo Globocop e outras câmeras da emissora da ocupação policial iniciada pela Vila Cruzeiro, na quinta-feira passada, que resultou na retomada do Complexo do Alemão no fim de semana. A Patrícia Villalba, do Estado, um vendedor ambulante garantiu que o disco assim nominado contém apenas imagens da Globo. Por R$ 10, o cidadão pode rever em casa as tomadas aéreas que revelaram a fuga de suspeitos pela mata vizinha e imagens do arsenal de drogas e armas apreendido durante toda a operação.


Além das 4 paredes


Regina Casé e sua casa de Mangaratiba, obra do arquiteto Sérgio Rodrigues, abrem a nova série do canal GNT, Casa Brasileira, dirigida por Alberto Renault (foto). Disposto a exibir os feitos de grifados arquitetos brasileiros, o programa estreia dia 6 e vai ao ar de segunda a sexta, 21h.


720 horas de gravação foram registradas pela produtora Mixer para os 13 episódios da série teen Brilhante F.C., que vai ao ar pela TV Brasil e pela TV Cultura em 2011


‘É que um de nós vai mudar de sexo. É isso.’ Hélio de la Peña, no Twitter, justificando as férias de seis meses que o Casseta&Planeta terá na programação da Globo em 2011


Mais Regina Casé: o programa que ela fará aos domingos na Globo, conta Patrícia Villalba a esta coluna, começa a ser gravado na quinta-feira e não vai mais se chamar Regina de Janeiro, Fevereiro e Março, mas sim Esquenta.


Esquenta será programa de auditório, mas não um auditório qualquer. O cenário, assinado por Gringo Cardia, remete a um botequim, onde será servida até comida de verdade.


A presidente eleita, Dilma Rousseff, não escapará do especial de fim de ano de Chico Anysio na Globo. Uma esquete de humor, ainda em elaboração, há de mencioná-la, segundo conta o próprio Chico à coluna.


No especial que Chico Anysio levou ao ar em 2009, a gaúcha Salomé, antiga amiga do presidente João Figueiredo, televonava para Lula, mas já era atendida por Dilma.


O The History Channel vai coproduzir com a Giros a 2.ª temporada de Detetives da História, série em 12 episódios que vasculha a origem de objetos antigos guardados por anônimos em casa – como um par de óculos de ouro que pode ter pertencido a Lampião.


O grupo responsável pelo History – que inclui os canais A&E e Bio – também promete quatro novas edições nacionais da série Biografia, que este ano enfocou Gilberto Gil, Guga, FHC e o clã Gracie.


E Tropa de Elite , primeiro longa-metragem do Capitão Nascimento, volta à TV em fevereiro, agora pelo canal TNT, que terá direitos de exibição exclusivos sobre o filme na TV paga por seis meses.


O Fantástico marcou 25 pontos em São Paulo, uma das melhores audiências do ano, intercalando a guerra no Rio com a entrevista da mãe de Michael Jackson a Oprah Winfrey. Já o Domingo Espetacular, na Record, dominado pela ocupação do Alemão, fez 12 pontos,


 


 


 


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