Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Governo turco encerra bloqueio ao YouTube

Após dois meses de bloqueio, o YouTube foi liberado na Turquia na terça-feira [3/6]. O TIB, autoridade responsável pelo setor de telecomunicações, removeu o site de compartilhamento de vídeos do Google de sua lista de páginas bloqueadas quatro dias depois do Tribunal Constitucional determinar que a proibição violava o direito à liberdade de expressão e ordenar que ela fosse revogada.

O governo bloqueou o acesso ao YouTube no fim de março depois que um usuário anônimo postou uma gravação de áudio do que seria uma reunião de segurança entre autoridades do governo, da inteligência e das forças armadas debatendo uma possível operação militar contra a Síria. Uma semana antes, o Twitter também havia sido bloqueado. Na ocasião, circulavam pela rede social gravações telefônicas vazadas que supostamente envolviam o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, em um escândalo de corrupção. Irritado, Erdogan chegou a defender que ela fosse “aniquilada”. O acesso ao microblog, no entanto, foi restabelecido no início de abril, por uma decisão semelhante do Tribunal Constitucional.

Em abril, após discordância entre diferente tribunais, o TIB havia se recusado a suspender a proibição até que “conteúdo criminoso” fosse removido do YouTube. Na semana passada, o Tribunal Constitucional, maior instituição judiciária do país, defendeu a revogação do bloqueio após revisar três apelações: uma do Google, uma da ordem dos advogados da Turquia, e outra de um acadêmico local.

Durante o período de bloqueio, internautas turcos encontraram formas de driblá-lo a partir do uso de Redes Privadas Virtuais (VPN) e do software de anonimato online Tor. Segundo o Google, o tráfego do site diminuiu no país, mas não chegou a desaparecer. Além disso, o bloqueio levou a protestos nas ruas e a críticas internacionais à repressão do governo às mídias sociais. Acusadas de censura pela oposição, autoridades turcas chegaram a declarar que a proibição ao YouTube e ao Twitter tinha como base questões de segurança nacional.