Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Governos pedem retirada de vídeos do YouTube

Sob pressão de autoridades americanas e britânicas, o YouTube removeu, na semana passada, alguns de centenas de vídeos com pedidos de Anwar al-Awlaki, clérigo de nacionalidade americana do Iêmen, de recrutamento para uma guerra santa islâmica. Os pedidos tomaram uma importância maior depois que duas bombas escondidas em aviões de carga foram interceptadas do Iêmen para Chicago, com o primeiro suspeito sendo um grupo com o qual Awlaki é afiliado, ligado à al-Qaeda.

Victoria Grand, porta-voz do YouTube, disse que o site optou por retirar os vídeos que violaram as normas que proíbem exibição de ‘atividades ilegais ou perigosas, como manual de confecção de bombas, discursos de incitação de ódio ou de atos violentos’ ou que venham de perfis ‘registrados por membros de organizações terroristas’. ‘O Google tenta equilibrar liberdade de expressão com incitação à violência. Estes são temas difíceis e continuaremos a remover conteúdo que incite a violência, segundo nossas regras. Material de natureza puramente religiosa permanecerá em nosso site’.

Influência

A preocupação do governo do Reino Unido sobre Awlaki e seu grupo aumentou consideravelmente por conta de dois episódios recentes. Um deles referia-se a uma jovem que defende a causa de Awlaki e teria assistido a dezenas de horas de seus vídeos; ela foi condenada à prisão perpétua por tentativa de assassinato, em maio, de um político britânico. Já Theresa May, ministra do Interior do governo do primeiro-ministro David Cameron, revelou que um membro de um grupo da al-Qaeda no Iêmen foi preso no começo do ano em uma tentativa frustrada de atentado no país. Agentes de segurança britânicos frustraram dezenas de planos terroristas nos últimos anos, exceto o ataque ao sistema de transportes londrino em julho de 2005, que matou 56 pessoas.

Nos últimos meses, autoridades de segurança emitiram uma série de alertas, alegando que há uma ameaça cada vez maior de grupos inspirados em Osama bin Laden, com sede em países como Iêmen e Somália. Esta não é a primeira vez que o YouTube recebe pedidos para retirada de vídeos. Em maio, o senador americano Joseph Lieberman pediu ao Google para retirar 120 vídeos de recrutamento de grupos terroristas. Foram removidos aqueles que mostravam violência gratuita ou discursos de incitação ao ódio. Informações de John F. Burns e Miguel Helft [New York Times, 4/11/10].