Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Greve provoca temporada de reprises

Em meio a um impasse entre produtores e funcionários do setor de TV e cinema da Índia em relação a maiores salários, as emissoras foram forçadas a reprisar novelas e os telespectadores, ávidos pelos programas e filmes, tiveram que mudar a rotina e ocupar o tempo com outras atividades. Um grupo que representa milhares de profissionais da indústria cinematográfica e televisiva em Mumbai pressiona produtores para obter aumento de benefícios. ‘Não houve progresso em nossas negociações. Eles estão nos pedindo para reduzir nossas demandas’, afirmou Dharmesh Tiwari, presidente da Federação de Empregados de Cinema da Índia Ocidental, que representa cerca de 150 mil funcionários e que interrompeu o trabalho por diversos dias no mês passado.

As emissoras, por sua vez, alegam estar sob pressão para cortes de custos. ‘Este impasse vem no pior momento possível, com queda de anunciantes e declínio na economia’, afirmaram os canais do país em declaração conjunta. ‘A menos que tudo seja resolvido imediatamente, a disputa ameaçará até mesmo a sobrevivência da categoria de entretenimento hindu’.

Filmagens em Mumbai estão interrompidas há mais de três semanas e as emissoras começaram a repetir séries e novelas na semana passada. ‘Estamos ansiosos por uma solução rápida. Ninguém está em posição de absorver mais aumentos de custos’, diz Keertan Adyanthaya, gerente-geral da Star Plus, maior emissora da Índia, que pertence à Star India, da News Corporation. Na briga, os anunciantes ficaram do lado das emissoras, mesmo com o declínio de audiência nos canais de entretenimento – que representam 35% dos lucros com anúncios.

Mais de 40% dos lucros publicitários no país vêm da TV, o que representaria US$ 5,2 bilhões para 2008, segundo a empresa de pesquisa Media Partners Asia (MPA). ‘Uma disputa a longo prazo terá um impacto adverso nos índices de audiência e nos anúncios’, avalia Vivek Couto, diretora-executiva da MPA em Hong Kong. Informações de Rina Chanfram [Reuters, 14/11/08].