Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Hamas usa sósia de Mickey em campanha contra Israel

Farfour, um sósia piorado do Mickey Mouse, o famoso ratinho de Walt Disney que se tornou símbolo da cultura americana, foi escolhido por militantes do Hamas para divulgar mensagens da dominação islâmica e da resistência armada para o público infantil em um programa da emissora de TV al-Aqsa chamado Pioneiros do Amanhã.


O canal é administrado pelo grupo militante, que divide o poder no governo palestino com a facção Fatah e é a favor da destruição de Israel. ‘Eu e você estamos construindo a fundação para um mundo liderado por islâmicos’, diz Farfour às crianças. ‘Nós vamos trazer a comunidade islâmica de volta a sua antiga grandiosidade, e libertar Jerusalém, se Deus quiser, libertar o Iraque, se Deus quiser, e libertar todos os outros países dos muçulmanos, invadidos por assassinos’.


O programa conta também com a participação de crianças, cantando hinos sobre a luta contra Israel – que há muito tempo vem reclamando que os canais palestinos incitam ódio ao povo israelense. David Baker, porta-voz do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, afirmou que ‘não há nada cômico sobre ensinar novas gerações de palestinos a odiar israelenses’. Mark Regev, porta-voz do ministério do Exterior, acusou os palestinos de não assumir o compromisso de parar de incitar ódio contra Israel. ‘As crianças aprendem que matar judeus é algo bom’, diz.


Influenciando jovens


A Palestinian Media Watch, organização israelense que monitora a mídia palestina, afirmou que o Hamas está ‘aproveitando toda oportunidade que aparece para doutrinar jovens com ensinamentos da supremacia islâmica, o ódio a Israel e aos EUA e o apoio à ‘resistência’, eufemismo palestino para terrorismo’.


Yehia Moussa, líder do Hamas na região da Faixa de Gaza, nega que o programa influencie as crianças contra judeus. ‘Nosso problema não é com os judeus. Nosso problema é com a ocupação israelense’, afirmou.


O presidente da al-Aqsa, Fathi Hamad, recusou-se a atender ao pedido do ministro da Informação da Autoridade Palestina, Mustafá Barghuti, para tirar o programa do ar. Informações de Diaa Hadid [AP, 8/5/07] e de Sakher Abu El Oun [AFP, 10/5/07].