Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Índia ordena bloqueio de blogs

O Departamento de Telecomunicações da Índia ordenou, na semana passada, o bloqueio a dezenas de sítios de internet. Diversos provedores receberam a ordem, confirmou o porta-voz governamental, que não quis explicar a manobra, dizendo apenas se tratar de ‘troca de informação confidencial entre o Departamento e os provedores’.


Pelo menos um terço dos sítios bloqueados eram blogs hospedados pela Blogger e pela GeoCities. Rajneesh Rallan, um dos blogueiros censurados, não entendeu a proibição à sua página. Fabricante de lubrificantes em Mumbai, ele não consegue mais acessar seu sítio – que trata dos benefícios dos lubrificantes sintéticos e apresenta também seus filmes e diretores europeus favoritos. ‘Não há nada de perigoso no meu blog’, diz.


Blogueiros do país afirmaram que a ação governamental representa mais um inconveniente do que uma proibição severa de fato, já que eles podem encontrar outras maneiras de colocar suas páginas no ar.


A lista negra de sítios surgiu poucos dias depois do ataque a bomba no sistema de trens metropolitanos de Mumbai, na terça-feira (11/7), que matou pelo menos 270 pessoas. Não há confirmação oficial de que a censura online tenha ligação com o atentado, que funcionários governamentais suspeitam ter sido orquestrado por militantes islâmicos do Paquistão.


De qualquer forma, o bloqueio aos sítios levantou comparações da Índia, maior democracia do mundo, com a China, onde o governo conta com técnicas cada vez mais avançadas de fiscalização de conteúdo e censura a páginas de internet. Informações de Peter Wonacott e Eric Bellman [The Wall Street Journal, 19/7/06].


Internautas em alta na China


Apesar de todo o controle governamental, a internet na China não pára de crescer. A população de internautas – segunda maior do mundo, apenas atrás dos EUA – pulou para 123 milhões de pessoas no último ano, segundo nota da AP [19/7/06]. O número de sítios no país chega a mais de 780 mil, de acordo com pesquisa anual realizada pelo Centro de Informação de Internet da China.


A situação é paradoxal, já que o uso da internet é encorajado para negócios e educação, mas o governo comunista – mesmo tendo investido pesado para ampliar o serviço de banda larga – tenta controlar o tráfego online e barrar material considerado pornográfico ou subversivo.