Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Iraniano recebe prêmio com 27 anos de atraso

Após 27 anos de anonimato, o fotógrafo iraniano responsável por uma das mais ilustrativas imagens da história de seu país será reconhecido formalmente pelo prestigiado Prêmio Pulitzer. Jahangir Razmi, cuja identidade foi mantida em sigilo para proteger sua própria segurança, receberá US$ 10 mil e será convidado para uma cerimônia de premiação em Nova York.

O conselho responsável pelo Pulitzer achou justo mudar uma parte de sua história para homenagear o profissional que, apesar de ter tido seu trabalho premiado, nunca recebeu crédito por isso. Razmi, segundo revelado por artigo no Wall Street Journal em 2/12, é o autor da foto que recebeu o prêmio em 1979. A imagem é uma das mais icônicas da história do Irã, símbolo da brutalidade do regime que aterrorizou o país após a derrubada do xá Reza Pahlevi por radicais islâmicos. Nela, é mostrada uma fileira de 11 homens vendados no momento em que são executados a tiros.

Proteção

Na ocasião, um editor do jornal iraniano Ettel´at decidiu que seria melhor não identificar o fotógrafo para evitar que ele fosse perseguido ou recebesse algum tipo de represália do governo. A foto foi posteriormente distribuída pela United Press International. O Pulitzer foi dedicado a ‘um fotógrafo sem nome da United Press International’.

Razmi, de 58 anos, ainda vive no Irã e afirma que por muito tempo ficou triste por não ter sido identificado pela foto. Ele permaneceu anônimo, entretanto, por receio de se tornar um alvo potencial do governo, mas recentemente decidiu contar a história – em parte porque já se passou muito tempo e em parte porque o irritava ver pessoas que, ao longo dos anos, tentavam levar o crédito pela imagem. ‘Não há mais razão para esconder a história’, afirmou, em entrevista ao Journal. ‘Meu nome deveria estar lá’. Informações de Nahal Toosi [AP, 7/12/06].