Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornais da Flórida processados por político


Dois jornais da Flórida serão processados por Jeff Greene, candidato ao Senado americano que perdeu as eleições primárias, noticia Jeremy W. Peters [New York Times, 31/8/10]. Greene alega que o The St. Petersburg Times e o The Miami Herald publicaram artigos que lhe custaram a vaga no Senado. Na semana passada, ele perdeu as eleições primárias para Kendrick B. Meek, que irá enfrentar o governador Charlie Crist, um independente, e o republicano Marco Rubio, em novembro.


Um processo de calúnia é raro para uma figura política. Enquanto muitos candidatos reclamam de uma cobertura injusta, poucos vão tão longe e transformam as reclamações em um caso legal. Não foi o caso de Greene, que espera ganhar US$ 500 milhões por danos. Seus objetivos seriam ‘dar uma lição à mídia’. ‘Quero mandar uma mensagem para cada jornal no país: faça o seu dever de casa’, disse. ‘Eu mereço ter as informações corrigidas e eles merecem ser punidos’.


O candidato contratou L. Lin Wood, conhecido advogado que já ganhou ações abertas por figuras públicas que alegaram ser difamadas pela mídia, como Richard A. Jewell, segurança suspeito dos ataques a bomba em Atlanta, nas Olimpíadas de 1996, que foi posteriormente inocentado.


Em questão, estão dois artigos escritos pelo St. Petersburg Times que foram impressos no The Times e no The Herald, e um editorial do Times pedindo uma investigação federal sobre as atividades de negócios de Greene. Neil Brown, editor do The Times, defendeu os artigos. ‘A cobertura do The Times sobre Greene e suas atividades de negócios foram precisas e justas, além de terem sido bem documentadas com base em registros públicos’, explicou.


Em um dos artigos, o The Times revelou que Greene fazia parte de um acordo de imóveis que deixou 300 famílias californianas sem casa e um parceiro na cadeia. O outro deixou a impressão que o boxeador Mike Tyson, que foi padrinho do casamento do candidato, usou drogas enquanto estava no iate de Green. Posteriormente, foi publicada uma correção dizendo que o fato não era verídico. Mesmo com a admissão do erro, um caso de calúnia pode ser difícil de ser comprovado.