Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornal de brincadeira provoca saída de editores

Os editores do jornal Cherwell, da Universidade de Oxford, pediram demissão depois do vazamento de uma edição falsa do jornal zombando o Holocausto, referindo-se a pessoas negras em termos racistas e com montagens de fotos pornográficas envolvendo estudantes e professores. Intitulada Lecher, a edição falsa continha na primeira página um artigo sobre dois alunos que teriam abusado sexualmente e matado bebês e uma foto de um ex-editor do Cherwell vestido com roupa da Ku Klux Klan e fazendo uma saudação nazista.

Cerca de 50 cópias da edição satírica foram distribuídas durante um almoço da equipe editorial do jornal no fim de novembro. Faz parte da tradição criar uma versão falsa do Cherwell – que publica 15 mil cópias semanais – ao fim de cada período escolar, quando há a troca de editores. Na semana passada, entretanto, algumas cópias do Lecher vazaram no campus, levando a fortes críticas dos estudantes de Oxford.

Sátira

Os editores Sian Cox-Brooker e Michael Bennett deixaram o jornal. Apesar de alegarem não ter nenhuma responsabilidade sobre a brincadeira de mau gosto, pediram desculpas em nome do Cherwell. ‘O tom e o conteúdo do Lecher tinham o claro objetivo de ser satíricos, e foram recebidos assim por seus destinatários. Entendemos que uma sátira pode ser mal interpretada, e, como editores do Cherwell, pedimos desculpas por qualquer ofensa que possa ter sido causada, e nos demitimos’, declarou a dupla.

A editora Oxford Student Publications, que publica o Cherwell, afirmou que pediu pelas demissões. ‘O conteúdo do Lecher é deplorável, e nós o condenamos’, afirmou em declaração. O Cherwell, fundado em 1920, é uma das mais antigas publicações estudantis do Reino Unido, e tem os escritores Evelyn Waugh e Graham Greene entre seus ex-editores. Informações de Mark Sweney [Guardian.co.uk, 27/2/09].