Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Jornal invadido e editor ameaçado de morte

Um grupo de homens armados invadiu os escritórios do jornal online Donia al-Watan na cidade de Gaza, destruindo mobília e equipamentos, além de ameaçar matar o editor-chefe, Abdallah Issa. Ninguém ficou ferido no ataque – o mais recente de uma série de agressões a jornalistas e organizações de mídia na Faixa de Gaza e na Margem Ocidental (lado ocidental do Rio Jordão).


Donia al-Watan é um jornal independente que vem publicando ostensivamente denúncias de corrupção e irregularidades que jornais controlados pela Autoridade Palestina tendem a ignorar. Uma fonte do jornal teria afirmado que o ataque partiu de uma das facções palestinas, mas se negou a dar maiores informações. Jornalistas palestinos e ativistas políticos condenaram o ataque, classificando-o como uma tentativa de silenciar as vozes da mídia independente nas áreas controladas pela Autoridade Palestina.


‘Este é um ataque à liberdade de expressão e uma tentativa de silenciar vozes corajosas num momento em que precisamos de palavras de verdade’, disse em declaração o grupo Iniciativa Nacional Palestina.


Imtiyaz al-Mughrabi, que escreve regularmente para o jornal, afirmou que a única maneira de lidar com a anarquia é confiscar armas ilegais ‘que estão sendo usadas contra crianças, mulheres e idosos, e também jornalistas’.


Ataques recorrentes


Nos últimos anos, muitos jornalistas palestinos e jornais foram atacados por homens armados não-identificados. Em março de 2004, homens atiraram e mataram Khalil Zaban, editor de um semanal especializado em direitos humanos, com sede em Gaza, que lançou uma campanha contra corrupção na Autoridade Palestina.


O ataque ao Donia al-Watan acontece no momento em que as forças de segurança da Autoridade Palestina iniciam uma campanha massiva, ordenada pelo presidente Mahmoud Abbas em várias partes da Faixa de Gaza, para restaurar a lei e a ordem. A campanha vem sendo criticada por não estar tendo sucesso no combate ao crime, já que os índices de roubos e assassinatos não diminuíram. Informações de Khaled Abu Toameh [Jerusalem Post, 27/11/05].