Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Jornalista condenada no Irã faz greve de fome

O pai da jornalista Roxana Saberi, condenada no Irã por acusação de espionagem, afirmou que teme pela vida de sua filha. Logo depois do veredicto, na semana passada, Roxana deu início a uma greve de fome. Reza Saberi e sua mulher, Akiko, visitaram a jornalista na penitenciária de Evin, em Teerã, no domingo (26/4), levando flores pelo seu 32º aniversário.

‘Ela está muito fraca, mal pode ficar de pé’, afirmou o pai. ‘Temo pela sua saúde, temo pela sua vida’. Saberi contou ainda que, durante a visita de 20 minutos, pediu à filha que pare com a greve de fome, mas ela não quis discutir o assunto.

Julgamento relâmpago

Nascida nos EUA, Roxana tem também nacionalidade iraniana. Ela vivia há seis anos no Irã e trabalhava como repórter freelancer para organizações de mídia internacionais, como a BBC. A jornalista foi detida no fim de janeiro – primeiro, acusada de comprar bebida alcoólica; depois, por estar com a licença de trabalho vencida; e, finalmente, por suspeita de espionagem para o governo americano. Ela teve um julgamento relâmpago, a portas fechadas, e foi rapidamente condenada a oito anos de prisão.

Ao advogado de defesa, Abdolsamad Khorramshahi, juntou-se a advogada Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003. O time já entrou com pedido de apelação. O presidente americano, Barack Obama, expressou preocupação pela segurança de Roxana, e a secretária de Estado Hillary Clinton defendeu a rápida soltura da jornalista. O governo dos EUA nega a acusação de espionagem. Já o governo do Irã, que não reconhece a dupla nacionalidade, afirmou que Washington deve respeitar a independência do judiciário iraniano. Informações de Fredrik Dahl [Reuters, 27/4/09].