Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Jornalista francês morto em conflito

 

Morreu em Homs, na Síria, na quarta-feira (11/1), o repórter francês Gilles Jacquier, de 43 anos. Correspondente especial do programa de documentários Envoyé Spécial, do canal estatal France 2, Jacquier é o primeiro jornalista ocidental morto no país desde o começo da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, em março do ano passado. Ele foi atingido por uma granada arremessada perto de um grupo de jornalistas durante um protesto. No acidente, seis sírios morreram e um fotógrafo holandês ficou ferido.

Altamente respeitado, Jacquier passou duas décadas cobrindo inúmeros conflitos – da Argélia, nos anos 90, ao Iraque, Afeganistão, Congo, Bálcãs e os movimentos da primavera árabe. Ele mesmo gravava suas imagens. Certa vez, o repórter chegou a afirmar que detestava guerras, mas nelas encontrava pessoas reais. “Na maior parte das vezes, as pessoas são elas mesmas, muito sinceras em frente da câmera, e é impossível não ser tocado por seu sofrimento”, disse.

Jornalista premiado

Jacquier recebeu um prêmio francês equivalente ao Pulitzer, o Prix Albert Londres, em 2003, por seu trabalho na segunda intifada, na qual ficou ferido de raspão por uma bala que furou seu colete. Também recebeu uma premiação por seu trabalho no Afeganistão. “Ele era um excelente repórter de guerra. Não tinha medo, mas não tomava riscos desnecessários. Era um atleta, um ex-campeão de esqui. Colocava toda sua motivação e habilidades esportivas em seu trabalho. Nunca voltava sem imagens”, afirmou Bertrand Coq, que venceu o prêmio Albert Londres com Jacquier. Thierry Thuillier, chefe de informações da France Télévisions, afirmou que o jornalista era um dos melhores da redação. “Ele entrou na Síria com um visto de trabalho para o Envoyé Spécial”, contou. Informações de Angelique Chrisafis [The Guardian, 11/1/12] e doLe Monde [11/1/12].

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Assista aqui a vídeo do Jornal Nacional sobre o ataque que provocou a morte do jornalista francês.