Tuesday, 07 de May de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1286

Jornalistas enfrentam autoridades na Ucrânia

A cobertura das eleições presidências da Ucrânia sofreu um grande impacto depois de uma conferência ao ar livre, em 28/10, em Kiev, em que jornalistas clamaram por seu direito à liberdade de imprensa e independência dos meios de comunicação em relação ao governo. Desde então, mais de 200 jornalistas de televisão desafiaram autoridades e denunciaram publicamente a intimidação e a censura sofridas pela imprensa. Com isso, mentiras óbvias e propaganda suja têm sido amplamente eliminada e os canais de TV têm transmitido reportagens mais balanceadas.

Segundo a Federação Internacional de Jornalistas [1/11/04], desde que os protestos começaram, os profissionais têm sido alvo de ataques de diretores de emissoras de TV, que os acusam de serem manipulados pela oposição. Em 29/10, sete jornalistas da 1+1, segundo maior canal do país, pediram demissão em protesto por falharem na tentativa de acabar com a censura.

Como resultado da luta dos jornalistas, houve uma notável melhora nos noticiários de TV e análises de notícias. Até mesmo a emissora pública UT-1 transmitiu pela primeira vez uma entrevista com o candidato da oposição, Viktor Yushenko. A emissora transmitiu também uma entrevista com o chefe do comitê parlamentar para a liberdade de expressão.

O secretário geral da IFJ, Aidan White, afirmou que ‘as mudanças ocorreram graças à determinação dos jornalistas que lutam pela liberdade de expressão’. White acrescentou que, mesmo assim, os jornalistas não estão livres da pressão, e que é preciso garantir que a cobertura ‘profissional e independente se torne agora a norma no segundo turno das eleições, em 21/11’.