Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Jornalistas não querem testemunhar contra advogada de terrorista

Os jornalistas Esmat Salaheddin, repórter da Reuters no Egito, Joseph Fried, do New York Times, George Packer, free-lancer da Times Magazine, e Patricia Hurtado, do Newsday, foram intimados pela justiça americana a confirmarem declarações que a advogada Lynne Stewart teria dado a eles. Lynne é acusada de colaborar com o terrorismo por ajudar seu cliente, Sheikh Omar Abdel Rahman, condenado à prisão perpétua nos EUA por, entre outras coisas, estar envolvido no atentado de 1993 ao World Trade Center de Nova York. Lynne teria colaborado com seguidores de Rahman no Egito e mentido ao governo americano.

Os veículos de imprensa envolvidos estão pedindo ao juiz encarregado que seus repórteres não tenham que testemunhar, pois isso afetaria sua imparcialidade com relação a um assunto que cobriram ou estão cobrindo. ‘O fato é que Patricia está cobrindo este julgamento, não deve ser chamada como testemunha e ponto final’, afirmou a advogada do Newsday, Stephanie Abrutyn. A promotoria, por outro lado, argumenta que os jornalistas não estão sendo chamados para dar informações confidenciais – do que estariam protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana, que garante sigilo de fonte –, mas apenas confirmar fatos que descreveram em suas matérias. Isso seria necessário porque apenas as reportagens não seriam aceitas como provas no processo.

Em 1995, Fried descreveu Lynne como ‘radical do fundo da alma’ e atribui a ela a seguinte afirmação, quando explica seu apoio a movimentos revolucionários que combatem regimes opressivos: ‘Não acredito em violência anárquica, mas em violência direcionada’. Packer fez um perfil da advogada em 2002, em que ela diz que os EUA não deveriam ficar surpresos com os ataques dentro do país depois de terem feito guerras em várias partes do mundo. Com informações do New York Times [15/6/04].