Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Libertado documentarista israelense

O jornalista israelense Yotam Feldman, preso no Egito na semana passada quando tentava cruzar ilegalmente a fronteira do país junto com migrantes africanos, foi libertado na segunda-feira [22/3]. Feldman, que filmava um documentário para um canal de TV israelense, acompanhava um grupo de países como Nigéria e Sudão quando foi rendido por policiais egípcios. Ele disse não saber o que aconteceu com os membros do grupo.

Milhares de migrantes, incluindo refugiados de Darfur, saem todos os anos em uma perigosa viagem pela África para chegar a Israel e tentar obter asilo político. Feldman tentava registrar esta jornada. Libertado, ele diz que, apesar de ter sido criticado pelas autoridades egípciais, não se arrepende. ‘Acho que fiz meu trabalho. É isso que jornalistas fazem’, afirmou a uma estação de rádio israelense. O documentarista contou que foi espancado e teve todos os vídeos que havia feito confiscados. Ele afirmou que, no começo, enquanto estava com os refugiados, foi tratado como eles, ‘de maneira muito violenta, muito ruim’. Posteriormente, o jornalista foi transferido para o Cairo, onde o tratamento era melhor.

A maioria dos migrantes que tenta cruzar ilegalmente as fronteiras dos países africanos para chegar a Israel sai do Sudão e da região conhecida como Chifre da África, que engloba Etiópia, Sudão, Somália, Djibuti e Eritréia. Estima-se que cerca de 20 mil africanos nestas condições já tenham chegado a Israel. De acordo com dados da ONU, cerca de 60 migrantes já foram mortos a tiros na fronteira egípcia. O governo defende o uso de força letal dizendo que trata-se da última alternativa para combater o crime na área politicamente sensível. Com informações de Ian Deitch [AP, 22/3/10].