Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Libertado jornalista acusado de espionagem

O jornalista americano Paul Salopek, do Chicago Tribune, foi libertado no Sudão no sábado (9/9), após passar mais de um mês na prisão sob acusações de espionagem, divulgação ilegal de informações e entrada no país sem visto. Salopek voltou aos EUA no domingo, acompanhado do governador do Novo México, Bill Richardson – que viajou ao país africano para se encontrar com o presidente Omar al-Bashir e pedir pela libertação do jornalista e seus colegas.

Salopek, de 44 anos, estava de licença do Tribune e fazia uma reportagem como freelancer para a revista National Geographic quando foi detido em 6/8 na conturbada região de Darfur, junto com seu motorista, Abdulraham Anu, e seu intérprete, Suleiman Abakar Moussa. Os dois também foram libertados.

Fitas amarelas

“Eu agora estou feliz pela libertação de Paul, e porque nos reencontramos. Estou também grata ao presidente al-Bashir, ao governador Richardson e a todas as pessoas que ajudaram na libertação”, desabafou a mulher do jornalista, Linda Lynch. O governador foi procurado por ela e pela editora do Tribune Ann Marie Lipinski para que tentasse ajudar na soltura de Salopek. Richardson, que já foi embaixador das Nações Unidas e negociou, há dez anos, a libertação de reféns americanos presos por rebeldes sudaneses, viajou na sexta-feira (8/9) a Cartum para tentar convencer al-Bashir de que o jornalista, vencedor de dois prêmios Pulitzer, não era um espião e não deveria estar preso.

Na cidade de Columbus, Novo México, onde Salopek vive com a mulher, grande parte da população pendurou fitas amarelas nas portas das casas em apoio à libertação do jornalista. Em uma curta coletiva de imprensa, ainda em Cartum, Salopek afirmou que foi bem tratado na prisão. Informações de Felicia Fonseca [AP, 10/9/06].