A polícia iraquiana descobriu mais dois jornalistas mortos a tiros em Bagdá. O Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) condenou os assassinatos e constatou que quatro profissionais de mídia foram mortos no Iraque nos últimos 10 dias.
Mohammad Abbas Mohammad, editor do jornal xiita al-Bayinnah al-Jadida, foi assassinado ao sair de sua casa para ir ao trabalho, na manhã de segunda-feira (7/8). Mohammad era fervoroso crítico de políticos iraquianos, independentemente do partido. Ele já havia recebido diversas ameaças de morte por seu trabalho, segundo jornalistas locais.
No mesmo dia à noite, o corpo do jornalista free-lancer Ismail Amin Ali foi descoberto pela polícia. Seu corpo estava todo perfurado de balas e a polícia disse ter encontrado sinais de tortura, segundo a Associated Press. Fontes locais disseram ao CPJ (8/8/06) que o jornalista foi abduzido de um posto de gasolina num bairro da zona leste da capital, duas semanas antes de ser encontrado morto. Os seqüestradores pediram fiança, mas a família não conseguiu pagar. Ali, renomado colunista para diversos jornais sunitas de Bagdá, pode ter sido alvejado por ser crítico das forças de segurança xiitas.
‘Esses assassinatos refletem a carnificina generalizada que está custando a vida de tantos civis no Iraque’, disse Joel Simon, diretor-executivo da CPJ. ‘Nossa indignação cresce à medida que a lista de jornalistas mortos aumenta diariamente.’
Assassinato é a principal causa de morte de jornalistas em serviço no Iraque. Jornalistas locais são bem mais vulneráveis aos ataques. No total, 77 jornalistas e 27 assistentes de mídia foram mortos no Iraque desde o início do conflito, em março de 2003.