Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Mídia indiana comemora admissão paquistanesa

Jornais indianos deram destaque ao reconhecimento do governo do Paquistão de que o massacre terrorista ocorrido em Mumbai, na Índia, foi planejado ‘em parte’ em seu território. Segundo o Times of India, foi uma surpresa o anúncio de que o idealizador do ataque e cinco outros suspeitos estavam presos no Paquistão. Uma unidade especial da polícia está investigando o caso, noticia a AFP [14/2/09].

Os atentados ocasionaram a morte de 165 pessoas em novembro do ano passado. ‘A confissão surpreendeu a muitos, pois houve uma mudança abrupta de uma série de tentativas de desviar do assunto que sugeriam que o governo paquistanês acusaria organizações não ativas em seu território [de serem as responsáveis pelos ataques]’, escreveu o Times. ‘As declarações do chefe do Ministério do Interior do Paquistão, Rehman Malik, superaram as expectativas indianas’. O Indian Express divulgou que, ‘negação após negação, o Paquistão tomou um primeiro passo em relação a admitir os fatos’.

Contra o terrorismo

O governo de Nova Déli, que acusou o grupo militante com sede no Paquistão Lashkar-e-Taiba (LeT) de ser responsável pelos ataques, recebeu positivamente a admissão, mas pediu a Islamabad para desmantelar a ‘infra-estrutura do terrorismo’. Anteriormente, o governo do Paquistão havia reconhecido que apenas um sobrevivente dos 10 que atacaram alvos na capital financeira da Índia era um cidadão paquistanês. Ele está sob custódia indiana.

Em meio à disputa diplomática entre os dois países, a Índia havia acusado o Paquistão, na semana passada, de atrasar a investigação, adotando um tom mais positivo após o fornecimento de informações sobre os ataques. ‘Os militantes saíram de Karachi em um barco alugado na província do Baluchistão’, afirmou Malik. Ele informou ainda que outros países estariam envolvidos nos ataques – um cartão de celular teria vindo da Áustria e dólares teriam sido transferidos da Espanha para registrar um domínio de internet nos EUA e na Rússia.