Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Número de jornalistas freelancers presos dobrou, diz CPJ

O número de jornalistas freelancers presos em todo o mundo quase dobrou nos últimos três anos, revelou censo anual divulgado na semana passada pelo Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ). Dos 136 repórteres, editores e fotojornalistas que estão atrás das grades até o dia 1º/12, 60 eram freelancers – um aumento de 11% em relação ao ano passado.

A organização atribuiu o aumento a dois fatores: a internet possibilitou que mais jornalistas trabalhassem por conta própria e as grandes organizações de mídia estão contando mais com trabalho freelancer na medida em que cortam custos. ‘Os dias quando jornalistas iam para pautas perigosas sabendo que tinham o peso institucional das suas organizações de mídia ficaram para trás. Hoje, jornalistas na linha de frente estão cada vez mais trabalhando de maneira independente. O aumento do jornalismo online abriu as portas para uma nova geração de repórteres, mas isto significa que eles estão mais vulneráveis’, observou o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon.

Por isso, o número de jornalistas online presos também aumentou consideravelmente. Pelo menos 68 blogueiros, repórteres e editores online estão presos – metade de todos os jornalistas na prisão. Este ano, a China é o país com mais jornalistas na prisão – e está no topo há mais de uma década. Os outros países que mais prendem jornalistas são Irã, Cuba, Eritréia e Burma. Cerca de 47% dos jornalistas estão presos sob acusações anti-governo, por terem divulgado segredos de Estado ou agido contra interesses nacionais. Em 12% dos casos, os governos usaram uma variedade de acusações não relacionadas ao jornalismo para retaliar críticos, como posse de drogas ou violações regulatórias. Confira a lista dos presos em 26 nações aqui. Informações de David Walker [Editor&Publisher, 9/12/09].