Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

O Globo

PROFISSÃO PERIGO
SIP discute ameaças sofridas por jornalistas

Mais de 400 editores e diretores de jornais da América Latina estão reunidos na cidade mexicana de Mérida para a 66ª assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), durante a qual serão debatidos ataques à liberdade de imprensa e as ameaças sofridas por jornalistas, bem como as possibilidades apresentadas pelas novas tecnologias na internet.

Devem participar da assembleia, que começou ontem e vai até o dia 9, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos; de Honduras, Porfirio Lobo; e do México, Felipe Calderón.

Em entrevista ao jornal mexicano ‘El Universal’, o presidente da SIP, Alejandro Aguirre, criticou os governos de Equador, Venezuela e Cuba, dizendo que atuam de forma autoritária, tentando calar a imprensa.

Durante cinco dias, os participantes discutirão problemas como processos judiciais contra meios de comunicação em Brasil, Canadá e Uruguai; o avanço de governos na compra ou expropriação de meios de comunicação em Nicarágua, Venezuela e Honduras; a aprovação de leis polêmicas sobre meios de comunicação em Argentina e Equador; assim como o exílio de jornalistas independentes cubanos liberados das prisões recentemente e enviados à Espanha.

Ataque a jornalistas é outro tema a ser debatido, num momento em que o país que sedia a assembleia atravessa uma forte onda de violência. Ontem, mais um jornalista se somou à lista de dez profissionais mortos este ano no México: um repórter do jornal ‘El Expreso’ foi vítima de fogo cruzado, em Matamoros. A assembleia vai até terça-feira, quando haverá a aprovação de resoluções e a eleição de um novo presidente, que dirigirá a instituição por um ano.

 

CRIME
Dicler de Mello e Souza

PM teria ligação com a execução de jornalista

Um policial do 38oBPM (Três Rios) é suspeito de ter participado do assassinato do jornalista José Rubem Pontes de Souza, o Rubinho, de 39 anos, diretorpresidente do ‘Entre-Rios Jornal’.

O PM, que não teve o nome revelado, é acusado de ter dirigido, no dia do crime, o carro em que o ex-PM Renato Demétrio de Souza fugiu após atirar na vítima. Renato está preso.

O homicídio ocorreu no último sábado, em frente a um bar no Centro de Paraíba do Sul, onde a vítima morava. O PM prestou depoimento ontem na 107ª DP (Paraíba do Sul). Uma testemunha teria reconhecido o policial, mas ele negou envolvimento no caso e foi liberado.

— Não pedi a prisão dele, apenas solicitei à Justiça que decretasse um mandado de busca e apreensão, para fazer investigações na casa do policial, em Sapucaia — disse o delegado Nei José Ramos Loureiro.

Segundo o delegado, Renato teria cometido o crime porque ele queria que o jornalista colocasse caça-níqueis nos bares onde Rubinho teria influência, por causa do envolvimento da vítima com as máquinas.

 

PUBLICIDADE
Bruno Rosa

Depois de um ano, Zeca Pagodinho volta aos comerciais da Brahma

O cantor Zeca Pagodinho volta hoje a estrelar os comerciais da Brahma, segunda cerveja mais consumida no país, com 18% de participação de mercado. O músico — longe dos filmes da marca desde agosto do ano passado — ficará no ar até dezembro em uma campanha nacional. Mas, quatro meses após a Copa do Mundo da África do Sul, o futebol ganha ainda mais espaço.

No novo comercial, Zeca deixa de ser o músico e se transforma em uma espécie de jogador de futebol. A peça, chamada de ‘Ladeira’ e produzida pela agência Africa, mostra um entregador de caminhão da Brahma que, ao descarregar em um bar, derruba acidentalmente uma lata no chão, rolando ladeira abaixo. Depois de algumas pessoas tentarem pegar o produto sem sucesso, Zeca, domina a lata no peito, no joelho e finalmente a agarra.

Segundo estimativas de uma agência de publicidade, o investimento na campanha é superior a R$ 7 milhões. A AmBev não informa os valores.

— Tivemos um momento muito forte da Copa, apostando em nomes do futebol. Mas temos um contrato de longo prazo com o Zeca, que volta nessa grande campanha. Ele irá reforçar o nosso mote, que é ‘Futebol é paixão de Brahmeiro. Paixão como o sabor da Brahma’ — adiantou Sérgio Eleutério, gerente de Comunicação da marca.

Além do novo comercial, a Brahma, vendida agora em uma lata vermelha, pretende criar ainda até meados do próximo ano outras 18 latas temáticas para cada um dos times de futebol que patrocina. As dos clubes do Rio de Janeiro — como as do Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense —, que chegaram ao mercado há pouco mais de duas semanas, tiveram uma procura acima do previsto.

— A demanda foi muito grande. Estamos fortalecendo a parceria com os clubes, que envolve ainda uma série de investimentos.

 

Mercado publicitário vai movimentar R$ 10 bi até 2016 com foco nos Jogos

Um evento como as Olimpíadas movimenta um mercado de propaganda muito mais amplo que o rol exclusivo dos patrocinadores oficiais.

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) estima que, de hoje até 2016, os investimentos com foco nos Jogos superem a cifra de R$ 10 bilhões.

O poder mobilizador de uma competição desse porte ficou explícita este ano. Após o período de vacas magras em 2009 — segundo a Abap, não houve expansão no ano —, a Copa do Mundo de 2010 voltou a gerar bons resultados para o mercado publicitário.

Com Copa de 2010, setor cresceu 26% em 6 meses No primeiro semestre, o crescimento registrado na área alcançou 26%. Segundo o presidente da Abap, Luiz Lara, a expectativa é que este ano feche com uma expansão de ao menos 20% — o horário eleitoral tem uma influência negativa para a publicidade, com a redução do tempo para anúncios.

— No dia seguinte ao anúncio do Rio como cidade olímpica, começou a corrida para aproveitar a marca. Além dos patrocinadores oficiais do evento, há uma incrível movimentação de patrocinadores de atletas e de marcas que aproveitam a exposição gerada pelo evento. E esse clima será mais forte logo assim que os Jogos de Londres, em 2012, chegarem ao fim. O Rio será a bola da vez — afirmou Lara, cuja agência Lew’LaraTBWA tem as contas de Visa e Adidas, patrocinadoras globais das Olimpíadas.

Na avaliação do presidente da Abap, as plataformas online serão cada vez mais exploradas pelo mercado publicitário para aumentar seus ganhos com a exposição dos Jogos Olímpicos.

Mesmo com o peso inquestionável dos Jogos, Lara acredita que, para o Brasil, a Copa do Mundo tenha um poder mais significativo para a associação de marcas. Ele argumenta que os brasileiros são apaixonados por futebol e prestam mais atenção às partidas de uma Copa.

Para Abap, maior ganho do Rio será como marca Mas Luiz Lara não relativiza a importância, para os anunciantes, de Rio 2016. Porém, ele afirma, quem mais se beneficia desse processo seja a própria cidade-sede, cujo maior legado talvez seja a importância que ela ganha como uma marca global.

— O retorno para patrocinadoras e empresas envolvidas é enorme. Considerando que a marca é um ativo importantíssimo, sua exposição para bilhões de pessoas no mundo é uma oportunidade fantástica. Para o Rio, então, é uma chance imperdível.

Veja o exemplo de Barcelona, que se transformou com os Jogos — afirmou o presidente da Abap. (Rennan Setti)

 

EUA
Triplica lucro da editora do ‘Washington Post’

O lucro do Washington Post Co., que controla o jornal homônimo, mais que triplicou no terceiro trimestre, puxado por melhoras em sua divisão de ensino, emissoras de TV e publicações.

O grupo registrou ganho de US$ 60,9 milhões, contra US$ 17,1 milhões no mesmo período de 2009. O faturamento trimestral cresceu 7%, para US$ 1,19 bilhão. No acumulado do ano, a alta foi de 10%, para US$ 3,53 bilhões.

A receita de publicidade no jornal impresso aumentou 3%, para US$ 72 milhões. Apesar de o jornal ter registrado prejuízo operacional, este ficou bem abaixo do observado no terceiro trimestre de 2009: US$ 1,7 milhão, contra US$ 23,6 milhões um ano antes. No acumulado do ano, as perdas também recuaram, de US$ 166,7 milhões em 2009 para US$ 29,8 milhões.

Já a receita dos negócios online do grupo, que incluem o site washingtonpost.com e a revista eletrônica ‘Slate’, teve alta de 21%, para US$ 27,2 milhões, segundo o ‘Wall Street Journal’.

O faturamento da Kaplan, divisão educacional do grupo, subiu 9%, para US$ 743,3 milhões.

Já o lucro operacional mais que dobrou, de US$ 45,9 milhões para US$ 99,1 milhões.

Na divisão de TV a cabo, o lucro ficou estável, em US$ 40 milhões. Já nas emissoras de televisão houve uma alta de 68%, para US$ 25,3 milhões.

 

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