Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

O pior país em liberdade de imprensa

Depois de ser considerado pela organização Repórteres Sem Fronteiras, por três anos seguidos, o país que mais desrespeita a liberdade de imprensa, a Coréia do Norte está finalmente assumindo a profissão dos jornalistas; porém, não da forma ideal.

O Partido Comunista, à frente do país, juntou um grupo de jornalistas para implementar um ‘plano de informação permanente’, que visa impor uma espécie de hierarquia ao trabalho jornalístico. A maior prioridade do plano é fazer com que a imprensa promova a grandeza de Kim Il-sung – chefe de Estado e do Partido Comunista – e de seu filho Kim Jong-il. Em seguida, ele visa a demonstração da superioridade da Coréia do Norte socialista, a denúncia de práticas imperialistas e burguesas e a crítica à invasão imperialista japonesa.

Em uma reportagem sob o título ‘Jornalismo a serviço da ditadura totalitarista’, os Repórteres Sem Fronteiras revelaram que pelo menos 40 jornalistas aderiram à revolução socialista; enquanto outros foram enviados a campos de concentração, onde cerca de 200 mil coreanos estão presos. Foi este o destino do jornalista de TV Song Keum Chul, que desapareceu em 1996 depois de ter questionado a versão oficial de determinados eventos históricos do país.

As únicas fontes de notícias não-governamentais na Coréia do Norte são estações de rádios estrangeiras, transmitidas na língua coreana. Contudo, os aparelhos de rádio e TV do país são pré-ajustados para bloquear estações consideradas pelo Estado como ‘os novos inimigos do regime’. Aqueles que acompanham estas estações correm o risco de ser presos. Informações dos Repórteres Sem Fronteiras [22/10/04].