Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Organizações criticam irresponsabilidade de vazamentos

A organização Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, juntou-se ao governo dos EUA nas críticas ao site WikiLeaks, especializado no vazamento de documentos confidenciais de governos e empresas. O secretário-geral da organização, Jean-François Julliard, e sua representante em Washington, Clothilde Le Coz, assinam uma carta aberta ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, em que o acusam de irresponsável por publicar dezenas de milhares de documentos indiscriminadamente.

Eles se referem a um episódio recente – e talvez o mais significativo da história do WikiLeaks –em que o site vazou mais de 75 mil documentos militares e relatórios da inteligência americana sobre a guerra no Afeganistão. Outros 15 mil documentos não foram publicados, segundo o site, para proteger informantes. Assange afirmou na semana passada, entretanto, que eles estão sendo checados e deverão ser divulgados em breve.

Consequências

Em sua carta, a Repórteres Sem Fronteiras reconhece a utilidade e importância do WikiLeaks, citando a divulgação de um vídeo mostrando o assassinato de dois funcionários da agência de notícias Reuters e civis iraquianos por soldados americanos, em 2007. A organização critica Assange, no entanto, por colocar vidas de pessoas que colaboraram com as forças americanas e a OTAN em risco e por fornecer aos governos uma desculpa para monitorar a internet. ‘Não seria difícil para o Talibã e outros grupos armados usar estes documentos para fazer uma lista de alvos para ataques de vingança’, dizia a mensagem.

Cinco organizações em defesa dos direitos humanos, entre elas a Anistia Internacional e o Open Society Institute, também enviaram uma carta ao WikiLeaks expressando sua preocupação com as possíveis consequências do vazamento. Assange teria respondido, segundo informações do Wall Street Journal, que as organizações ‘preocupadas’ deveriam ajudar na edição dos nomes nos documentos. Depois da carta da Repórteres Sem Fronteiras, o WikiLeaks acusou a organização, via Twitter, de fazer uma declaração ‘idiota’ com base em citações inexistentes. Com informações de Haroon Siddique [Guardian.co.uk, 13/8/10].