Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Paris Review troca editor depois de 51 anos

A edição de verão de 2004 da revista The Paris Review chegou às bancas na semana passada de cara nova. No lugar do editor George Plimpton – que morreu no ano passado depois de 51 anos no cargo – entrou Brigid Hughes.

Com a mudança de comando, os leitores e a comunidade literária se questionam sobre o quão diferente ficará a revista. Por enquanto, sabe-se que Brigid pretende investir em textos ficcionais internacionais e em textos de não-ficção. Esta sua primeira edição traz um poema de um novo poeta americano, Billy Collins, e trabalhos de Spring Melody Berman, também pouco conhecido no meio, além de uma entrevista com o escritor japonês Haruki Murakami.

Num momento difícil para a literatura nos EUA – estudos recentes do National Endowment for the Arts descrevem o país como uma nação de não leitores – Brigid parece estar mais preocupada em capturar novos escritores para a revista, que hoje tem uma circulação de dez mil exemplares, do que em ganhar leitores.

Impecável gosto literário

A Paris Review foi criada no verão de 1953 pelos escritores Peter Matthiessen e Harold Humes, que se encontravam insatisfeitos com a crítica literária da época. Os dois resolveram então fazer uma revista que publicasse poesia e ficção em lugar das críticas literárias.

Plimpton, aos 27 anos, foi seu primeiro editor. Por todos esses anos, a publicação trimestral contou com ficções de Vladimir Nabokov, Gabriel García Márquez, Ian McEwan e Ann Patchett, entre outros. A revista também ficou muito conhecida por sua série ‘escritores em trabalho’, que publicava entrevistas com escritores como E.M. Forster e Ernest Hemingway.

Enquanto Plimton sempre gostou de ser o foco das atenções, e era conhecido por suas festas e por seu ‘jornalismo participativo’, Brigid diz preferir estar nos bastidores: gosta de ler manuscritos e editá-los. Ela começou a trabalhar na Paris Review como estagiária em 1994 e foi promovida a chefe de edição em 2000. Aos 30 anos, assumiu a editoria executiva da revista.

Aqueles que melhor conhecem a publicação dizem que o que os dois editores têm em comum ´ ´é um impecável gosto literário e uma constante fome por talentos ainda não descobertos. Informações de Teresa Méndez [The Christian Science Monitor 16/8/04].