Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Plano de Sarkozy para TV pública provoca greve

Centenas de funcionários das companhias públicas Radio France e France Televisions fizeram greve de um dia, na semana passada, em protesto às reformas no serviço público de TV e rádio do país. Canais de rádio com programação noticiosa tocaram apenas música; sítios jornalísticos quase não foram atualizados e noticiários de TV tiveram poucas informações.

Diversas emissoras de rádio – entre elas France Inter, France Info e France Culture – não seguiram com sua programação diária. Le Mouv´, estação da Radio France destinada ao público jovem, teve a transmissão interrompida às 10 horas da manhã. A companhia informou que 30% de sua equipe entrou em greve, embora o sindicato alegue que a adesão tenha sido de 60%.

Descontentamento

Os sindicatos protestam contra os planos do presidente Nicolas Sarkozy para os serviços de rádio e TV públicos e reivindicam medidas que garantam a ‘independência política, estratégica e editorial’ dos veículos. Eles criticam a decisão de dar ao governo poder para nomear os diretores das emissoras públicas, o corte de mais de 200 postos de trabalho na Radio France Internationale, e a eliminação da publicidade nas emissoras de rádio e TV. Desde o dia 5/1, os canais televisivos não podem veicular anúncios após as oito horas da noite. O plano é que esta proibição seja total em 2012.

A greve foi realizada um dia após um comitê parlamentar chegar a um acordo sobre o financiamento das rádios e TVs públicas – o imposto anual pago por aparelho de TV seguirá a taxa de inflação e subirá de 116 para 118 euros em 2009, e para 120 euros em 2010. Os novos valores ainda terão que ser votados, este mês, pelos membros da Assembléia Nacional. Não haverá imposto extra sobre as emissoras comerciais, operadores de telefonia celular e provedores de internet, como havia sido cogitado.

A greve das companhias públicas fez parte de um dia de paralização geral na França, chamado de ‘Quinta-feira Negra’. Professores, advogados, juízes e funcionários dos correios, trens e metrô estão entre os profissionais que protestaram na semana passada contra as medidas do governo para combater a crise econômica, que os sindicatos consideram ineficientes. Informações de Gwladys Fole [The Guardian, 29/1/09].