Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Premiado fotógrafo do ‘Washington Post’ morre na Libéria

O fotojornalista Michel du Cille, de 58 anos, morreu na quinta-feira (11/12) quando cobria a epidemia de ebola na Libéria. Du Cille, que trabalhava para o Washington Post, teria sofrido um ataque cardíaco quando voltava a pé de um vilarejo no condado de Bong, onde trabalhava em um projeto para o jornal. Ele foi transportado para o hospital mais próximo, a duas horas dali, mas foi declarado morto na chegada.

Nascido na Jamaica, du Cille era um fotógrafo premiado, tendo recebido três Pulitzers durante sua carreira – dois deles por seu trabalho no jornal Miami Herald na década de 80 e o terceiro em 2008, já no Post, que dividiu com as repórteres Dana Priest e Anne Hull por uma série sobre o tratamento de veteranos no Centro Médico Militar Walter Reed. Du Cille ocupou o cargo de diretor de fotografia do Post por anos antes de voltar a campo como fotojornalista em tempo integral – posição em que sentia-se mais confortável. Ele cobriu conflitos no Sudão e Afeganistão, na Libéria e em Serra Leoa.

Um fotógrafo completo

De volta à África em 2014 para cobrir a crise do vírus ebola, du Cille fotografou o sofrimento dos pacientes e de suas famílias. “É profundamente difícil não se sentir um ser humano enquanto se cobre a crise do ebola”, escreveu o fotojornalista em outubro no Post. “Eu acredito que o mundo deve ver os efeitos horríveis e desumanos do ebola”.

“Estamos de coração partido”, afirmou, em declaração para a equipe do Post, o editor-executivo Martin Baron, lembrando que du Cille havia voltado para a Libéria apenas dois dias antes de sua morte, após um intervalo de quatro semanas. “Perdemos um colega querido e um dos mais completos fotógrafos do mundo”.