Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Presidente do COI elogia abertura à mídia

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, pediu à China que, com o fim dos Jogos Olímpicos, seja mantida a maior liberdade concedida à mídia estrangeira. ‘As regulamentações podem não ser perfeitas, mas constituem um divisor de águas, se compararmos à situação anterior. Esperamos que continue assim’, afirmou Rogge, no último dia do evento.


Em janeiro de 2007, a China implementou normas que davam a repórteres estrangeiros, durante os Jogos Olímpicos, liberdade para realizar entrevistas e viajar pelo país sem o consentimento do governo – anteriormente, era necessária permissão oficial. Rogge pediu que estas regras continuem a valer após outubro, quando, oficialmente, chegariam ao fim.


O presidente do COI afirmou que o comitê teve sucesso em pressionar os organizadores dos Jogos para desbloquear alguns sítios de internet para a mídia estrangeira, depois que jornalistas chegaram à sala de imprensa e notaram que não tinham acesso a determinadas páginas, como a da Anistia Internacional.


Censura


O otimismo de Rogge, no entanto, não chegou a contagiar repórteres e grupos em defesa da liberdade de expressão. Segundo eles, as liberdades prometidas à mídia não funcionaram tão bem, ficando, muitas vezes, na teoria. O Clube de Correspondentes Estrangeiros da China informou que houve mais de 30 casos de interferência no trabalho de jornalistas no país no último mês. ‘O governo não manteve a promessa de que a mídia seria completamente livre para trabalhar no país’, afirmou, em declaração.


A organização Repórteres Sem Fronteiras, por sua vez, afirmou que os Jogos foram um ‘desastre’ para a liberdade de expressão na China, com a imprensa local mantida sob estrito controle do governo. ‘Como nós temíamos, os Jogos Olímpicos de Pequim foram um período de prisões, condenações, censura, vigilância e ameaças sofridas por mais de cem jornalistas, blogueiros e dissidentes’, declarou o secretário-geral da RSF, Robert Menard. Informações da AFP [24/8/08].