Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Recorde de mortes de jornalistas em 2009

Um triste recorde: 68 jornalistas foram mortos em todo o mundo em 2009, segundo relatório do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ). Outras 20 mortes estão sendo analisadas para determinar se tiveram relação com o trabalho. Trata-se do maior número já contabilizado pelo órgão desde que começou a contagem, há 18 anos. A maior parte foi assassinada; alguns morreram em combate ou cobrindo confrontos.

No ano passado, foram 42 mortes. Em 2007, o número chegou a 67, em parte por conta da violência no Iraque. ‘Este foi um ano sem precedentes no que se refere à devastação na mídia, mas a violência confirma as tendências a longo prazo’, contou o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. ‘A maior parte das vítimas era de repórteres locais cobrindo notícias em suas próprias comunidades. Os criminosos acham que nunca serão punidos – seja na China, nas Filipinas, na Rússia ou no México. E mudar isto reduziria a taxa de mortalidade de jornalistas’.

Este ano, o número foi elevado por conta do massacre na província de Maguindanao, nas Filipinas, em novembro, quando 30 jornalistas estavam entre os 57 mortos em uma emboscada política. ‘Os assassinatos nas Filipinas são chocantes, mas não são surpreendentes pois o governo permite a não punição da violência contra jornalistas’, opinou Bob Dietz, coordenador do CPJ na Ásia.

No Iraque, quatro jornalistas locais foram mortos, o menor índice desde a invasão americana em 2003. Já na Somália, foram nove. Para o vice-diretor do CPJ, Robert Mahoney, os assassinatos na Somália foram ‘uma tremenda perda para os poucos jornalistas que arriscam a vida diariamente apenas em ir para as ruas do país, sendo alvos de islâmicos que querem controlar o que é divulgado’. No Paquistão, foram quatro assassinatos e, na Rússia, três. Nove do total de mortos eram freelancers. Informações da AFP [18/12/09].