Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Relatórios denunciam em números os perigos da profissão

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3/5, foi marcado pela publicação de relatórios sobre censura e violência contra jornalistas. Duas importantes organizações que trabalham em prol do jornalismo divulgaram dados preocupantes sobre a prática da profissão. Em conseqüência da guerra, o Iraque foi considerado o país mais perigoso para o trabalho de repórter. Cuba e China, por sua vez, aparecem como os países que mais aprisionam jornalistas.

De acordo com o relatório publicado pelo Comitê de Proteção a Jornalistas, sediado nos EUA, mais de 25 jornalistas foram mortos enquanto cobriam a guerra do Iraque. Também foi reportado que pelo menos seis jornalistas iraquianos foram assassinados e muitos outros receberam ameaças. Grupos armados seqüestraram oito jornalistas só este ano. Por outro lado, pelo menos sete foram mortos por tiros disparados por soldados americanos, enquanto outros jornalistas, em sua maioria árabes ou iraquianos, foram detidos e maltratados pelas tropas de ocupação.

Já a organização Repórteres Sem Fronteiras, sediada em Paris, afirmou em seu relatório anual que Cuba lidera a lista de países que repreendem jornalistas, 29 dos quais estão na cadeia acusados de cometer ‘atos contra o Estado’. Mas o país latino-americano considerado o mais perigoso para o exercício do jornalismo é a Colômbia. Cinco repórteres foram mortos no país em 2003, e ‘ameaças e seqüestros fazem parte do cotidiano dos jornalistas’, enfatizou a organização.

Do outro lado do mundo, a Ásia ganhou o título de ‘a maior prisão do mundo para a imprensa’, com mais de 200 jornalistas encarcerados no ano passado, três sentenciados à morte e pelo menos 16 assassinados. A China liderou o desanimador ranking regional, com 27 jornalistas presos e outros 61 cidadãos detidos por escreverem suas opiniões na internet. Em Mianmar, 11 jornalistas foram presos em 2003, e Zaw Thet Htwe, editor de uma revista especializada em futebol, foi condenado à morte pela publicação de uma charge. Dos 16 jornalistas mortos na região, sete foram assassinados por matadores de aluguel nas Filipinas.

O relatório dos RSF também afirmou que pelo menos 600 jornalistas asiáticos foram fisicamente atacados ou ameaçados em 2003. O Oriente Médio e o norte da África foram consideradas as regiões onde se tem menos liberdade de imprensa. Oito das nações ex-integrantes do bloco soviético que foram incluídas na União Européia em 1o/5 respeitaram a liberdade de imprensa no ano passado, mas em alguns lugares no leste europeu e na Rússia as condições do trabalho da imprensa estão se deteriorando. Nestas regiões, em 2003, 85 jornalistas foram detidos ou presos e cerca de 200 sofreram ataques enquanto realizavam seu trabalho. Informações da AFP [3/5/04].