Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Repórter expulsa recebe permissão para voltar à base

A jornalista Carol Rosenberg, expulsa da base militar americana na Baía de Guantánamo, em Cuba, poderá voltar ao local, noticia Jeremy W. Peters [New York Times, 9/7/10]. Depois de semanas de disputas por conta de questões referentes à Primeira Emenda, o Pentágono concordou em permitir que a repórter do Miami Herald retornasse à base naval.

Carol foi proibida, junto com outros três jornalistas, de cobrir as comissões militares de Guantánamo depois de ter identificado no jornal um interrogador do Exército cujo nome já era de conhecimento público, pois havia dado uma entrevista ao jornal Toronto Star em 2008. Ele foi testemunha do caso Omar Khadr, cidadão canadense preso sob acusações de arremessar uma granada no Afeganistão, em 2002, que matou um sargento.

Regras inconstitucionais

Para poder cobrir novamente a base militar, a jornalista teve de reconhecer, por escrito, em documento enviado ao Departamento de Defesa americano, que entendeu os motivos pelos quais foi barrada e, ainda, prometer aceitar as regras para repórteres que cobrem julgamentos em Guantánamo.

O Miami Herald e uma coalizão de organizações de mídia, entre elas o New York Times, o Wall Street Journal e a Associated Press, já declararam considerar estas regras inconstitucionais e afirmaram que continuarão a lutar contra elas. ‘Repórteres estão trabalhando sob estas regras ilegais e inconstitucionais. Ela voltará, mas sob estas normas, que consideramos ilegais’, afirmou o advogado de Carol, David Schulz. ‘Nosso primeiro objetivo é estar lá’. Sob as normas militares, jornalistas não podem revelar informações consideradas pelo Exército como ‘protegidas’, mesmo se já tiverem sido divulgadas.