Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Repórteres expulsos de julgamento de jornalistas da al-Jazeera

Repórteres que cobriam o julgamento de três jornalistas da rede de TV al-Jazeera no Egito foram expulsos do tribunal na sessão de terça-feira [22/4]. Peter Greste, Mohammed Fahmy e Baher Mohammed estão presos desde o fim de dezembro, acusados de espalhar notícias falsas e de ligação ilegal com a Irmandade Muçulmana. Funcionários da rede do Catar foram proibidos de trabalhar no país e, no total, 20 profissionais foram formalmente acusados pela Procuradoria Geral do Egito de ligação com o terrorismo.

Há três semanas, um juiz refutou o pedido de fiança dos três jornalistas. A acusação afirma que eles têm ligação com a Irmandade Muçulmana, facção do presidente deposto, Mohamed Morsi, que foi classificada pelo novo governo como “organização terrorista”.

Na sessão de terça-feira, a promotoria exibiu vídeos da al-Jazeera que, segundo ela, provariam os laços dos funcionários da emissora com a Irmandade. Entre os vídeos estavam filmagens de protestos, entrevistas feitas na rua e uma entrevista com o líder da facção, Essam el-Erian.

Os jornalistas que cobriam o julgamento foram expulsos ao falar com os réus durante o recesso. Diversos profissionais de imprensa presentes expressaram sua surpresa e indignação via Twitter. A correspondente australiana Ruth Pollard afirmou, em uma das mensagens no microblog: “Não acredito que tivemos que sair, mas sentimos que poderíamos ser presos se ficássemos”.

 

 

 

Repórteres que esperaram do lado de fora do tribunal acabaram entrando de volta na sessão, com a ordem de que não falassem mais com os acusados – que ficam trancados em jaulas.

Mais uma vez, o pedido de fiança foi negado. O julgamento foi adiado para 3/5.

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