Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Sexo e drogas levam a reclassificação de novela


Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 11 de junho de 2010


 


TELEVISÃO


Sexo e drogas mudam ‘Passione’ para 12 anos


‘A Globo reclassificou ‘Passione’ para a faixa de 12 anos. O comunicado chegou ontem ao Ministério da Justiça, que já havia informado à emissora que as cenas de sexo exibidas tornavam a novela imprópria para o público de dez anos, sua autoclassificação de estreia.


Anteontem, ‘Passione’ ainda foi ao ar com indicação para dez anos e apresentou cenas de consumo de droga, o que também só é permitido para a faixa de 12 anos.


O ciclista Danilo (Cauã Raymond) começou mal um treino, interrompeu e pediu ao amigo Chulepa (Gabriel Weiner): ‘Me dá três’.


A cena é sutil. Só dá para ver que ele engoliu alguma coisa, voltou ao velódromo e disse ao irmão Sinval (Kayky Brito), que corria com ele, vou ‘acabar com você’.


No site da novela, a legenda para a cena é ‘Danilo exagera em anfetamina’ -uma droga de uso controlado.


O mesmo Danilo já tinha aparecido antes em uma boate tomando um comprimido branco. Saiu cambaleando.


Naquela noite, engravidou Fátima (Bianca Bin) e nem se lembrava de quem ela era ao acordar no dia seguinte.


O ministério diz que, ainda que feita a reclassificação, aguarda haver um momento de repressão ao uso da droga.


Em sua defesa, a Globo apenas reafirmou que já havia feito a reclassificação.


Avião O PL-29 vai direto para o Senado. Foi enterrada a manobra que colocava o projeto na fila da votação no plenário da Câmara. Quando aprovado, fixará novas regras para o mercado de TV paga.


Gol 1 No ritmo da Copa, a partir de hoje, a Globo amplia seu sinal digital na região do Jaraguá e municípios de Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã. Diz que beneficiará 370 mil telespectadores. Desde que tenham antena UHF e um televisor com conversor de sinal integrado ou comprem um conversor digital -média de R$ 400.


Gol 2 Haverá ampliação do sinal digital também no Rio, com melhoria para o bairro de Copacabana e mais 14 municípios da região metropolitana.


Sofá 1 Foi para ganhar público na faixa das 19h que a Record decidiu substituir ‘Vivendo o Amor’ por ‘Rebelde’, em sua parceria com a Televisa. No horário, hoje a emissora exibe telejornais e consegue oito pontos de audiência, cerca de 480 mil domicílios ligados na atração na Grande SP.


Sofá 2 ‘Com ‘Rebelde’ podemos buscar um público mais jovem e chegar à meta de dois dígitos’, diz o diretor de teledramaturgia da Record, Hiran Silveira.


Chamada Dos seis candidatos à Presidência, só falta Dilma Rousseff confirmar presença no primeiro debate do gênero que a MTV irá promover. Com mediação de Cazé, o canal estuda receber perguntas pelo Twitter.’


 


 


Vitor Moreno


‘Glee’ termina com bom público e duas temporadas garantidas


‘Queridinha do público e da crítica americana, a série musical ‘Glee’ encerrou a primeira temporada na última terça nos EUA, confirmando que se tornou uma mina de ouro para a Fox.


O episódio foi visto por cerca de 11 milhões de pessoas e teve o final de temporada mais assistido entre os seriados estreantes.


No capítulo que encerrou o ano (se não quiser saber o que acontece, é melhor parar de ler por aqui), o clube do coral está sob pressão, já que está ameaçado de fechar se não ganhar a competição regional entre escolas.


Para completar o quadro, os alunos descobrem que a treinadora das líderes de torcida, Sue Sylvester (Jane Lynch), que quer fechar o coral a todo custo, será uma das juradas do concurso.


Apesar da apresentação bem-sucedida de um medley com músicas da banda Journey, os protagonistas ficam em terceiro lugar.


Como, contudo, a segunda e a terceira temporada estão garantidas, antes de o episódio terminar, eles descobrem que o grupo terá outra chance de continuar existindo.


No Brasil, o desfecho da série ainda não tem data para ser exibido. A Fox está reprisando os 13 primeiros episódios e diz que voltará a exibir os inéditos em julho. Com isso, a temporada só deve se encerrar em setembro ou outubro.’


 


 


ELEIÇÃO


Melchiades Filho


‘Muleques’ e ‘panicats’


‘A TV trouxe a primeira novidade desta campanha presidencial. Os candidatos não são mais apenas alvo dos programas de humor. Tornaram-se também atores. Aceitam de bom grado participar dos quadros concebidos para ridicularizá-los.


De um lado, Dilma Rousseff desdenha da própria aparência e promete dançar o ‘rebolation’ se eleita. Do outro, José Serra saltita e cantarola o hit ‘Ah, Muleque’ e faz escada para críticas de detratores.


Deve ser mesmo difícil resistir à simpatia e ao talento de Sabrina Sato, a principal ‘isca’ do ‘Pânico na TV’ para desarmar os políticos. Ou dos demais humoristas e dançarinas (as ‘panicats’) do programa -eles muito bons, elas muito boas.


Mas há cálculo por trás do constrangimento. Dilma e Serra viraram habitués dos esquetes porque lhes interessa desfazer ou no mínimo atenuar a fama de mal-humorados.


Em tese, uma dose de irreverência pode ser útil na política, sobretudo num momento com tantos eleitores indiferentes. Pode contribuir para tornar mais popular a agenda pública, por exemplo.


Além disso, talvez seja saudável o candidato rir um pouco de si. O escracho diminui o ‘salto alto’ e serve de contraponto às aflições e paranoias da disputa eleitoral.


Mas existe algo estranho nessa nova fase do humor nacional, sem prejuízo de seu sucesso.


Primeiro porque, no fundo, ele não incomoda. Piadas sobre plásticas ou olheiras não chegam a embaraçar Dilma e Serra como fariam determinadas perguntas sobre Previdência, SUS, mudanças do currículo escolar, uso do dinheiro dos impostos e outras urgências das quais os dois têm evitado tratar.


Segundo porque há o risco de os candidatos, como calouros nos trotes universitários, ficarem reféns do esculacho. O risco de perder o bom senso para não perder a piada.


Se das urnas sair a primeira mulher presidente, fará sentido ela festejar a vitória requebrando?’


 


 


COPA DO MUNDO


Ruy Castro


Nas menores façanhas


‘Portugal, hoje, é uma potência das comunicações. Mas, em 1974, quando eu morava lá, não era assim. A TV se limitava a um canal estatal que só entrava no ar à tarde, com aulas de matemática; seguia com desenhos animados para os miúdos; oferecia um telejornal na hora da sopa e fechava com um filme americano legendado. Tudo em glorioso preto-e-branco. Antes da meia-noite, íamos dormir, nós e a TV.


A Copa do Mundo da Alemanha, naquele ano, refletiu essa modéstia. Como Portugal não estava na disputa, os raros jogos transmitidos ‘em directo’ (ao vivo) eram os dos favoritos: Brasil, Inglaterra, Holanda, a própria Alemanha. Mas a maioria passava mesmo ‘em diferido’ (teipe), dois dias depois do fato, quando já sabíamos tudo pelos jornais. Pois se era assim num país europeu em 1974, imagine como não seria antes e na maioria dos países.


Isto significa que nem os craques daquela Copa foram vistos pelas grandes massas. E olhe que, em 1974, a Alemanha, campeã, tinha Beckenbauer, Breitner e Gerd Muller; a Holanda tinha Cruyff, Krol e Neeskens; o Brasil, que ficou em 4º, tinha Rivellino, Paulo César, Luiz Pereira, Marinho Chagas e outros.


Significa também que Pelé, Garrincha, Didi, Zizinho, Puskas, Kocsis, Banks, Bobby Moore, Kopa, Fontaine, Eusébio, Gigghia e outros heróis de Copas ainda mais remotas só foram vistos por uma fração -mesmo assim, no cinema, e em imagens borradas e fugidias, em que a câmera capturava no máximo os chutes a gol, e não as jogadas geniais que os antecediam.


Bem, a partir de hoje, o mundo assistirá a todos os 64 jogos da Copa, inclusive o imperdível Nova Zelândia x Coreia do Norte, se houver. Para gáudio de 3 bilhões de pessoas, 32 câmeras HD por jogo estarão ligadas nas menores façanhas de Gilberto Silva, Elano, Josué, Gilberto, Kleberson, Michel Bastos, Felipe Melo e que tais.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


‘Wavin’ a flag’


‘O americano will.i.am com a bandeira do Brasil ao cantar com o somali K’naan o hino da Copa, do refrão ‘Quando ficar mais velho/ Serei mais forte/ Vão me chamar de liberdade/ Como uma bandeira que balança’. Depois will.i.am twitou: ‘Eu nasci americano e me orgulho. Mas, se tivesse que representar uma nação na Copa, seria o Brasil’


A todo vapor


Por aqui, ‘Jornal Nacional’ e portais priorizaram a divisão de royalties, que Lula indicou que vai vetar.


‘Wall Street Journal’, na reportagem ‘Brasil a todo vapor com plano da Petrobras’, e ‘Financial Times’, com ‘Petrobras consegue a liberação para o plano de capitalização’, ressaltaram a decisão do Congresso sobre a exploração do pré-sal, ‘encerrando meses de debate’. Abrindo o texto de Jeff Fick no ‘WSJ’, ‘luz verde para os planos que podem transformar o maior país da América Latina na versão ocidental da Arábia Saudita’. Abrindo o texto de Jonathan Wheatley no ‘FT’, ‘suspiros de alívio por toda a Petrobras’.


‘A MAGIC MOMENT’ Com chamada na capa, a ‘Economist’ publica, com a foto, a longa reportagem ‘Um momento mágico para a Cidade de Deus’. No subtítulo, ‘Policiamento adequado, governo melhor e economia mais forte começam a fazer diferença no mais violento e esquálido bairro’ do Rio. A revista concentra os elogios na segurança dada pelas UPPs


IMPÉRIO OTOMANO?


Atacado na mídia americana, o primeiro-ministro Erdogan, da Turquia, reagiu ao que chamou de ‘propaganda suja’, dizendo em cúpula com países árabes que não está ‘virando as costas’ ao Ocidente, no destaque da France Presse.


Já a americana Associated Press, no despacho ‘Erdogan, líder emergente no mundo muçulmano’, postado por ‘New York Times’ e outros, enfatizou que ele ‘se deleita com o aplauso dos líderes árabes enquanto solta invectivas contra Israel e questiona o domínio de Washington, em encontro no lugar que já foi a base do Império Otomano’.


PERTURBADOR Ontem no editorial ‘Rodada 4’, o ‘NYT’ elogiou as sanções, ‘finalmente’. Mas sublinhou que ‘o desenvolvimento mais perturbador do dia foram os dois votos ‘não’ da Turquia e do Brasil, desapontados porque seus esforços não foram longe’. O jornal chegou a afirmar que ‘é difícil ver por que ambos desejariam capacitar as ambições nucleares do Irã -ou se colocar contra todas as maiores potências do mundo’.


ANONIMATO Por ‘Valor’ e ‘O Estado de S. Paulo’, ‘autoridades do governo americano’ e ‘um alto funcionário’ lançaram ‘ameaças’ e um ‘alerta’ ao Brasil _afirmando que ‘não seria boa ideia’, por exemplo, vender etanol ao Irã.


Por outro lado, em manchete ao longo do dia, a BBC Brasil noticiou que as ‘sanções não devem afetar exportações brasileiras para o Irã’, mencionando ‘uma fonte da diplomacia brasileira’.


PARA O IRÃ A agência russa Interfax noticiou, com eco por Xinhua etc., que o chanceler russo ‘diz que as sanções não barram venda do míssil S-300’, de defesa aérea


A TINTA SOBREVIVE


Com chamada na capa, a ‘Economist’ destaca ‘A estranha sobrevivência da tinta’. No subtítulo, ‘Jornais escaparam do cataclismo se tornando mais magros e mais focados’. A reação é maior ‘fora dos Estados Unidos’, afirma, exemplificando com os emergentes. Mais precisamente, com o Brasil, onde ‘a circulação total dos jornais cresceu para 8,2 milhões nos últimos dez anos’, com a ‘crescente classe média’ que consome ‘tabloides carregados de mortos e biquínis’.’


 


 


TECNOLOGIA


E-mail de 114 mil donos de iPad 3G vaza nos EUA


‘Uma falha de segurança expôs os e-mails de mais de 114 mil usuários de iPad, disse a operadora de telefonia norte-americana AT&T.


O problema só afetou quem tem o tablet da Apple e o usa na rede de internet sem fio 3G da AT&T nos EUA. O FBI disse ontem que vai investigar o problema.


A operadora disse que nenhum outro dado vazou. Segundo a AT&T, a falha de segurança tem a ver com o modo como a operadora pede que os usuários façam login em sua conta da AT&T.


O grupo de hackers Goatse Security disse que achou a brecha e conseguiu manipular o site da AT&T para obter os endereços.


Um representante do grupo disse que avisou a operadora e que esperou que a vulnerabilidade fosse corrigida antes de ir a público. A AT&T, porém, disse que foi alertada do problema por um cliente.


PRIVACIDADE


A operadora disse que vai avisar os usuários cujos e-mails vazaram. ‘Nós levamos a privacidade dos clientes muito a sério e, apesar de já termos corrigido o problema, pedimos desculpas’, disse a AT&T. A Apple não quis comentar o problema.


A empresa já vendeu mais de 2 milhões de iPads, dos quais existem dois tipos: um que só acessa a internet por Wi-Fi e outro que também usa a rede 3G da AT&T. O primeiro tipo não foi afetado.


O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, cujo e-mail vazou, disse não estar preocupado.


‘Não deve ser tão difícil descobrir meu e-mail. E, se você me mandar um e-mail e eu não quiser lê-lo, eu não o abro. Para mim, não é um problema grande’, disse ele.’


 


 


Financial Times


Apple deve ser investigada por restringir anúncio


‘As autoridades antitruste dos EUA planejam investigar se a Apple está impondo restrições desleais a rivais como Google e Microsoft no mercado de publicidade para veiculação em iPhone, iPad e iPod, disseram pessoas conhecedoras da situação.


A Apple criou uma rede própria para a venda de publicidade convencional, interativa e em vídeo para aplicativos. Na segunda, ela anunciou que já vendeu US$ 60 milhões em anúncios.


O caso provocou uma das raras disputas públicas entre Google e Apple, com o primeiro alegando que sua rede de publicidade em celular, líder nesse setor, estava a ponto de ser excluída ilegalmente dos aparelhos da Apple.


A disputa surgiu menos de um mês depois de as autoridades antitruste americanas encerrarem ampla investigação sobre a possibilidade de que o Google venha a adquirir poderio excessivo no setor de publicidade móvel.


De acordo com duas pessoas que conhecem a situação de perto, os órgão regulatórios dos EUA já estão acompanhando as ações da Apple.


As recentes regras da Apple para os criadores de aplicativos destinados aos seus aparelhos limitam as situações em que podem enviar dados sobre audiência que são essenciais para a eficácia da publicidade em celular.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


(www.estadao.com.br)


Sexta-feira, 11 de junho de 2010


 


FOTOGRAFIA


Camila Molina


O caçador de formas puras


‘O húngaro László Moholy-Nagy (1895-1946) foi um homem da modernidade, voltado à criação interdisciplinar. Pintor, escultor, designer, professor – em 1923, adere à Bauhaus alemã; depois, a partir de 1937, com a 2.ª Guerra, se liga ao Instituto de Design de Chicago, nos EUA, do qual foi um fundador – dizia que ‘a arte é a mais complexa, vitalizadora e socializadora das ações humanas, portanto, de necessidade biológica’. Como parte de sua missão criativo-educativa e de busca do novo, no contexto das vanguardas modernas, Moholy-Nagy incorporou os experimentos com a fotografia, ‘a arte da luz’, como definiu em teoria de 1925.


Ele se transformou, assim, num pioneiro do tratamento do gênero fotográfico como meio para ‘aguçar os sentidos e a percepção humana’, diz a historiadora e crítica espanhola Oliva María Rubio. É ela a curadora da mostra antológica de László Moholy-Nagy em cartaz até 29 de agosto no Círculo de Belas Artes de Madri como parte da programação do PhotoEspaña 2010, festival dedicado à fotografia.


Grande destaque desta 13.ª edição do evento espanhol, a exposição, de caráter histórico e monográfico, não se encerra nas experiências fotográficas do artista apresentando, ainda, oito filmes, pinturas, fotomontagens e projetos de design criados pelo vanguardista desde 1922 (ano do embrião dos pensamentos de seu emblemático ensaio Pintura Fotografia Cinema, sobre a ‘estética da luz’) até sua morte. É uma mostra de fôlego, com mais de 200 obras que pertencem a vários acervos (o que a torna ainda mais rara).


Investigação. O que tem de especial, além das teorias, as obras fotográficas de Moholy-Nagy? Ele nunca foi professor de fotografia, nem mesmo saía ao mundo com sua câmera – suas imagens não são documentos, mas projetos sobre novas formas do olhar (curioso como esta edição do PhotoEspaña tem forte sentido de aproximação do gênero fotográfico com as artes visuais).


‘O que diferencia Moholy-Nagy é que a sua fotografia não era voltada à ideia da reprodutibilidade, colocada por Walter Benjamin, mas à da produtividade’, afirma Oliva Rúbio, que já foi curadora do festival entre 2001-2003.


Pontos de vistas diferentes pelo enquadramento; cortes abruptos nas cenas, revelando em primeiro plano pessoas e lugares por fragmentos; exploração de diagonais; e tomadas fotográficas de cima para baixo revelam já nas experiências iniciais do artista (as que são, principalmente, do fim da década de 20 e anos 30, belas e feitas em viagens por diversas cidades europeias) uma construção da imagem.


Fica evidente nessa operação, tanto artística quanto de busca de técnicas, a marca do interesse de Moholy-Nagy pelas formas puras – afinal, sua influência era o construtivismo -, o que abriu o espaço para a abstração e para a arte cinética. ‘Ele queria que o espectador se deslocasse, se transformasse em ativo’, completa a curadora. Basicamente construída em preto e branco, é uma experimentação pulsante a realizada por Moholy-Nagy.’


 


 


ELEIÇÃO


Ricardo Chapola


Lula apresenta defesa de acusação de propaganda antecipada em 13 de maio


‘Foi divulgada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nota relatando que advogados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram ao TSE defesa na representação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que acusa o PT de usar a propaganda partidária veiculada no último dia 13 de maio, para fazer divulgação de Dilma Rousseff à presidência da República e propaganda negativa do pré-candidato do PSDB, José Serra.


A representação é contra o presidente Lula, o diretório nacional do PT e Dilma Rousseff. O MPE afirma que o presidente da República ocupou metade do espaço do programa para apoiar a ex-ministra da Casa Civil.


Os advogados de Lula afirmam que a representação deve ser rejeitada, pois, segundo defendem, não houve ato de propaganda eleitoral durante programa, especialmente em relação ao presidente Lula, não houve pedido de votos, menção às eleições, ou outra circunstância que caracterizasse propaganda eleitoral.


Sustentam que a propaganda nada mais fez que levar ao conhecimento da sociedade ‘temas afetos ao interesse cívico-comunitário, porque trataram da forma como o partido político vem conduzindo a administração de assuntos públicos, na pessoa de filiados que exercem importantes cargos de representação política’.


Ainda de acordo com a defesa, ‘parece exagerada’ a pretensão do MPE, pois ‘o horário gratuito reservado ao partido cumpriu sua finalidade legal’. Diz que o programa fez uma análise eminentemente retrospectiva, inclusive quanto a participação da ex-ministra Dilma Rousseff em atividades de governo. ‘É inegável que a propaganda do Partido dos Trabalhadores procurou manter-se fiel ao dever de transparência de sua atuação perante o povo brasileiro’, sustenta a defesa.’


 


 


PUBLICIDADE


Marili Ribeiro


Romário entra na arena cervejeira contra Guerreiros


‘Dunga, o técnico, sempre foi certinho. Foi o capitão da Seleção. Valorizava dos bons costumes. Para a Copa da África, selecionou um time de Kakás. Todos bons moços. Do tipo ficha ilibada. Essa imagem, lógico, é um convite à exploração pela propaganda. Esse é o tom que a marca Kaiser, agora no portfólio da Cervejaria Heineken, dá ao seu novo comercial.


Nos bastidores da briga entra as cervejarias pela atenção dos consumidores, estão as agências de propaganda em busca de boas situações que gerem comentários. Não há dúvidas que a nova campanha da Kaiser vai incomodar a concorrente Brahma.


Aproveitando o clima de Copa que invadiu a publicidade com quase todo o selecionado nacional convocado para protagonizar algum comercial, o polêmico atacante Romário, rei das escadas em períodos de treinamento, assumiu o papel de garoto-propaganda da Kaiser. No filme que entra no ar hoje, ele relembra os tempos em que dividiu o quarto com Dunga, na gloriosa disputa de 1994, quando o Brasil se tornou tetracampeão. Com o humor que lhe é peculiar, o craque dá detalhes sobre o seu companheiro de quarto na época de concentração da Seleção.


Num bar animado, Romário conta: ‘Fui companheiro de quarto do atual técnico do Brasil na conquista do Tetra. Todo mundo sabe que colocaram ele lá pra me vigiar… só que eu acabei vigiando ele também’. Entram então cenas que seriam de bastidores daquela época e que mostram Romário fuçando as coisas que seriam do seu companheiro de quarto, antes de fugir pela janela. Na peça publicitária não se menciona Dunga, e nem poderia, já que ele é o atual garoto-propaganda da concorrente marca Brahma.


Neste ponto, com certa ironia, Romário sapeca a frase: ‘Mas a cerveja que ele escolheu essa sim a gente pode questionar. Porque, aqui entre nós, tomar cerveja nunca foi a dele…’.


A campanha, desenvolvida pela agência FischerFala! do publicitário Eduardo Fischer, criador do famoso bordão ‘a número um’, que foi usado pela Brahma em suas mensagens publicitárias por anos. ‘O Romário é o baixinho mais qualificado para dizer aos brasileiros que, concordando ou não com o técnico, a cerveja eles podem escolher’, diz Pedro Cappeletti, vice-presidente de criação da Fischer+Fala! no release de divulgação da campanha.


Essa iniciativa vai dar polêmica, o que faz jus a fama de Romário.’


 


 


Rafael Cabral


Publicidade nos trending topics


‘Desde abril deste ano, empresas já podem contratar um serviço de tweets patrocinados, que insere mensagens publicitárias tanto na linha de atualizações dos usuários quanto na busca em tempo real. Mas, segundo o blog All Things Digital do Wall Street Journal, o Twitter planeja ir além e vender espaço até entre os seus trending topics, que medem os assuntos mais populares do dia.


O Twitter já estaria até oferecendo a novidade – que se chamará Promoted Trends – aos anunciantes, mas apenas ‘por cima, ainda sem testá-la’. Publicitários ouvidos pelo blog dizem que o espaço custará ‘dezenas de milhares de dólares’ pelo tempo de um dia. Se a pessoa clicar no anúncio-tendência, ela será redirecionada para uma página de busca com o tweet patrocinado no topo nos resultados.


‘Como sempre dissemos, planejamos testar diferentes modelos de anúncios nesse primeiro estágio de monetização. Como parte desse esforço, podemos testar trendind topics (claramente marcados como publicidade) por um período indefinido de tempo’, disse o relações públicas do Twitter, Sean Garrett.


Mas fica a pergunta: se os trending topics ficarem perdidos no meio de propagandas e não forem definidos apenas pela audiência do site, eles ainda farão sentido?’


 


 


INTERNET


Rafael Cabral


Google News além do algoritmo


‘Quando o Google lançou a sua área de notícias, ainda em 2001, não faltou gente se espantando com um serviço que, pela primeira vez, parecia não precisar de jornalistas (e de nenhum humano sequer) para puxar, organizar, hierarquizar e repassar informações. Mas desde então tudo era feito pelo algoritmo do sistema, que pegava reportagens dos principais jornais, revistas e blogs e as organizava em áreas, de acordo com a temática.


Recentemente, a versão norte-americana do serviço passou por mudanças que tinham a ver ou com a apresentação das informações ou com a profundidade do tratamento das reportagens. Juntando o News a plataforma Living Stories, desenvolvida em parceria com o New York Times e o Washington Post, o Google queria acompanhar em tempo real — mas com contexto — o desenvolvimento de grandes temas como a saúde pública ou a guerra do Afeganistão. Já com a inclusão do Fast Flip, que veio do Labs, os leitores ganharam opções diferentes da visualização padrão — agora era possível folhear páginas virtuais de blogs e revistas.


Agora o Google News inaugura uma nova fase, em que não é apenas um algoritmo mecanizado que toma as decisões. A ferramenta acaba de estrear uma seção chamada Editor’s Pick (Escolha do editor), em parceria com editores da agência Reuters, da revista Slate, do jornal Washington Post e de outros veículos tradicionais de imprensa. Eles escolherão artigos, análises ou reportagens que querem destacar e, antes, poderiam passar despercebidas em meio a um turbilhão de fontes.


Limor Elkayam, fundador do iSpotAStory, que desenvolve um trabalho de curadoria semelhante ao que foi adotado pelo Google, disse ao site Mashable que o serviço finalmente se deu conta do valor do filtro humano para a qualidade do material selecionado.


‘Algoritmos computadorizados são ótimos para várias coisas, mas quando falamos de notícias, as pessoas ainda querem o elemento humano dizendo a elas o que elas deveriam ler ou prestar atenção. É por isso que todos amam pegar notícias pelo Twitter. É um humano por trás de cada uma delas’, opinou.’


 


 


 


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