Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Sindicato luta contra abusos das companhias de mídia na Turquia

A União de Jornalistas da Turquia (TGS – Turkiye Gazeteciler Sendikasi) faz um apelo para que os jornalistas turcos ajudem a deter as práticas ilegais dos dois maiores grupos de mídia do país. O Comitê Executivo da TGS pede que editores, repórteres, correspondentes e diretores se filiem ao sindicato em um esforço para manter a honra do jornalismo e estabelecer condições de segurança do trabalho. ‘Não há dúvida de que a única forma de resolvermos os problemas na mídia é com a cooperação dos nossos colegas’, afirmou um comunicado da TGS [2/6/04].

Lideradas pelos dois maiores grupos de mídia do país, Sabah e Dogan, diversas companhias vêm estabelecendo condições irregulares de trabalho e modos de produção escravos. Estas empresas não respeitam os direitos dos jornalistas ou as colocações da Lei de Imprensa (Ato 212) e de outras leis relevantes.

A atuação ilegal das companhias de mídia foi revelada claramente nos chamados ‘contratos’ que os jornalistas são obrigados a assinar. Os contratos de trabalho feitos pelo Sabah e Dogan contêm termos contrários à Lei de Imprensa e alguns artigos capciosos, que podem ser usados facilmente para demitir jornalistas sem justificativas claras. Segundo a TGS, estes contratos são ilegais e imorais.

No grupo Sabah, há casos de jornalistas que se recusaram a assinar os contratos e foram pressionados, exilados e demitidos sem maiores explicações. Já o Dogan, que preparou contrato similar ao do grupo rival, enfrentou recentemente uma revolta de seus jornalistas, que se recusaram a assiná-lo. O grupo não teve escolha senão revogar o contrato.

O esforço da TGS para conter estes abusos ganhou um aliado: a nova Lei Trabalhista (Ato 4875) assegura direitos adicionais a jornalistas que façam parte do sindicato. Com esta proteção, empregados não podem ser demitidos sem que seus empregadores dêem uma boa explicação. Os jornalistas demitidos do Sabah ganharam a briga contra o grupo na justiça. De acordo com a TGS, os resultados do julgamento devem encorajar outros jornalistas a lutarem por seus direitos.