Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Site de notícias da Bloomberg sai do ar na China

 

O site da Bloomberg foi bloqueado na China depois que detalhou os bens multimilionários de parentes do vice-presidente Xi Jinping. A agência informou que seu site estava inacessível no país nesta sexta-feira [29/6]. “Em reação, ao que acreditamos, a uma matéria da Bloomberg News que foi publicada hoje”, completou Belina Tan, diretora de comunicação corporativa da região Ásia-Pacífico.  

O texto da Bloomberg dizia que membros da família de Jinping, que deve se tornar secretário geral do Partido Comunista ainda este ano, possuiam propriedades de luxo em Hong Kong e investimentos milionários em empresas. Nenhum destes bens foi ligado ao político – cotado para ser o próximo presidente chinês, no ano que vem –, sua mulher ou filha, e a agência ainda afirmou que não havia indicação de algo errado com a fortuna da família.

Ainda assim, o debate sobre as famílias dos líderes chineses é algo extremamente sensível no cenário político do país. A matéria da Bloomberg dizia que a maior parte dos bens listados era ligada à irmã mais velha do político, ao marido e à filha dela.

Influência

Autoridades chinesas devem reportar sua renda e detalhes dos bens de seus parentes mais próximos, mas não precisam divulgar publicamente as informações. Segundo a Bloomberg, parentes de figuras políticas poderosas levam “vantagem passiva”. “Se você é irmão de alguém muito importante na China, automaticamente as pessoas o verão como um potencial agente de influência e o tratarão bem na esperança de conseguir contato com o parente importante”, explica o professor de Harvard Roderick MacFarquhar, especialista em elite política chinesa.

Jinping, filho de um político veterano do Partido Comunista, tem reputação de “político limpo”. Em um dos telegramas diplomáticos dos EUA vazados pelo WikiLeaks, um conhecido dele aparecia dizendo que o político não era guiado por dinheiro e tinha repulsa pela “comercialização da sociedade chinesa”, incluindo a corrupção nos órgãos oficiais. Informações de Tania Branigan [Guardian.co.uk, 29/6/12].